quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

APENAS UM CAMINHANTE

 Apenas um caminhante


A cada tempo que se vai, como em uma foto antiga vamos desaparecendo aos poucos.


As pegadas deixadas no caminho desaparecem e o que segue junto a nós é apenas a sombra, mas ela também se vai junto com a luz ao final do dia.


Tudo que fomos, tudo que fizemos um dia se perde, apenas fica um pouco no coração dos que te deram valor.


Pessoas se vão, alguns amigos outros não, sempre no caminho ficam e já não oferecem seus passos juntos aos nossos passos.


A minha vida é assim, sou apenas um caminhante que faz o caminho ao caminhar.


Que venha mais um caminho novo, que venha 2021.


Aldeir Ferraz


domingo, 27 de dezembro de 2020

CONEXÂO DIVINA

 Por vários meios podemos nos conectar com Deus, certamente não o vemos, mais podemos senti-lo.

O silêncio, a oração, a natureza, o sorriso, a lágrima, tudo isso serve de porta de acesso ao Divino.

Existem também as pessoas que nos abrem as portas e nos põem diante de Deus, aliás,  mais do que isso, nos levam no caminho da Fé.

Na minha cidade, Visconde do Rio Branco, tive a graça de conviver com uma mulher que considero Santa.

Dona Téia, uma pequena mulher de uma grandeza espiritual incomparável.

Sua vida se alinhava com as lutas das comunidades eclesiais de base, com a formação cristã baseada na busca de que todos pudessem ter vida, a vida com dignidade.

Jamais podemos esquecer estes seres de luz que habitam entre nós.

Salve nossa Dona Téia, quem a conhece sabe da energia que ela sempre transmitia entre nós.


Aldeir Ferraz




quinta-feira, 19 de novembro de 2020

CONTROLE DE TV E UMA BEBIDA

 Ainda de pijama em plena tarde de segunda feira, na mesa do lado do sofá, um copo de bebida e o controle da tv.

Uma cena onde nosso personagem principal, o Zé, talvez não seja o personagem principal, talvez apenas um figurante em meio a tantas angústias, medos e indefinições.

Por sua janela não enxerga o mundo, mas monstros que o espera para lhe devorar.

Dentro de casa tem o domínio, tem a coragem do controle de tv, o animo do copo de bebida.

Abrir a porta e enfrentar os monstros é que o Zé faz todo dia, mas neste dia ele se cansou.

Zé está em pânico, no sofá pelo menos consegue enfrentar suas crises.

Um dia vai ter que voltar, vai lutar contra seus monstros.

O dia que encontrar com o Zé na rua ajude-o na sua batalha.

Sem ajuda, volta ele para seu cásulo, seu controle de tv e sua bebida.



quarta-feira, 7 de outubro de 2020

A LUZ QUE ENTRA EM NÓS

"A ferida é o lugar por onde a luz entra em você."

Não conhecia, mas me foi apresentado um sábio espiritual do seculo XIII, mulçumano de nome Rumi.

Gostei desta frase que pincelei em seus ensinamentos.

"A ferida é o lugar por onde a luz entra em você."

Pois então, hoje 07 de outubro de 2020, completa 04 anos que meu irmão Marquinho fez a grande viagem, voou para o infinito.

Naquela época, poucos dias antes, tinha perdido uma eleição que disputei. Toda a derrota é triste, mas naquele momento não tive espaço para curtir minha derrota. Ele estava no hospital e pra lá fui. Acompanhei até o fim sua agonia.

O tempo passou daquela despedida e ferida na minha vida e de todos nós parentes e amigos dele.

Feridas aliás passei a ter muitas nestes quatros anos. Quantas coisas aconteceram de machucar a alma.

Interessante que todas as minhas feridas tenho incrivelmente conseguido superar.

 A ferida é o lugar por onde a luz entra em você. Concordo de vivência com estas palavras.

Alguém sempre tem enviado uma luz para romper com minhas feridas.

Hoje compreendo o quão é bom que lá do mundo da luz tenha alguém que envia um facho luminoso que transpassa nossas feridas abertas.

Valeu Marquinho, valeu por sua luz.



Aldeir Ferraz.



sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A MÃE TÁ SECA


Mãe Terra seu leite tá secando, a passarada bate asa e com o bico tá piando;

A capivara cambaleia, caminhando no chão rachado e com olhos lacrimejando;

Há tanta fumaça, tanto fogo e do mormaço do calor o bicho tá correndo;

Não há lugar pra ir, não há lugar pra voltar, assim a maritaca tá contando.

Oh minha mãe terra, que tanto tens para dar aos seus filhos  ajuda, ajuda;

Liberte das suas entranhas  todo líquido cristalino e dá de beber a quem esconde na gruta;

Do calor do seu chão, eleve todo vapor para que as nuvens se encham de águas em gota;

Molhe seu corpo, molhe seu verde, nos molhe e volte a ser a mãe que amamenta.

E a cachorrada late lá fora e a seriema chora desesperada, nem urubu tá no céu;

É triste a tristeza que toda natureza tá carregando, nem as abelhas produzem mel;

Minha gente como é possível, nossa mãe maltratada assim, vivendo ao léu.

A mãe tá seca, a mãe tá seca, grita a bicharada e a mãe vê a tudo enlutada em um véu.


Aldeir Ferraz


sábado, 26 de setembro de 2020

O VELHO E A SANFONA

 

Enquanto o som daquela sanfona preenchia o silêncio da varanda, o velho brilhava seus olhos e a primeira lágrima  já escorria  no rosto marcado pela lida.

A sonoridade das músicas antigas que saiam da decisão do sanfoneiro em acertar com perfeição os acordes de tão belo instrumento provocava uma inevitável viagem no tempo.

Mesmo se valendo de uma bengala, naquele instante já se sentia aquela criança que  foi em um longínquo tempo e com um suspiro apenas pode sentir a brisa que lhe batia nos galopes em um cavalo de pau pelas trilhas deixando muita  poeira para trás,

A música penetrante nos ouvidos levava a uma eternidade de pensamentos sobre a longa estrada até o momento percorrida.

Amores, amigos, flores e dores tudo se foi deixando de ser visto com olhos e agora apenas sentido  com o coração;

E quando as melodias cessaram o velho  então foi se  recobrando daquele extase ,  ajeitou seu chapéu e como quem apeia em uma estação de trem , olhou  para tudo e para todos sem dizer nenhuma palavra, apenas sorriu.

Aldeir Ferraz



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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

PROJETO DE UM CAMINHANTE



Na manhã de um domingo, durante uma caminhada ao sabor do vento, encontro um pedaço de papel no chão. Nele estava escrito: “Caminhante,  não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”. 

Nascia ali um projeto que a  princípio teria um começo, um meio e um fim, mas que passado quase 04 anos ainda não se concretizou da forma como gostaria.

A frase que encontrei é do poeta espanhol “Antônio Machado” que resolvi ler, aliás além dele busquei outros também. O interessante   é que todos não se formaram poetas, escritores, autores de livros, no máximo apenas aprimoraram a escrita. Todas as suas obras surgiram de algo que para mim é inexplicável, mas alguns chamam de inspiração.

Quando comecei a escrever passei a perceber isso, pois gosto de ouvir histórias das pessoas mais velhas.  Quanta riqueza tem na memória deles! Antes do livro ou mesmo depois, muita coisa era passada de geração em geração através dos ditos “causos”.

Assumi este desafio e comecei a transportar muitas falas de gente simples, mas com uma carga de conhecimento incrível para um pedaço de papel.

Muito das crônicas revelam coisas ora engraçadas ora  tristes;  ora de saudade, de conselhos, opiniões... A tal inspiração vai surgindo no caminho e ao caminhar.

Pensei em colocar isso tudo em um livro. Ainda espero chegar lá, mas enquanto não se realiza este sonho, resolvi partilhar o que escrevo.  Criei o blog “De Caminhos e Sonhos” (decaminhosesonhos.blogspot.com).

Hoje tenho mais de 130 textos publicados e mais outros cem em casa para publicar, e continuo escrevendo, pois ainda tem muita história por aí que precisa ir para um papel.

“Caminhante, são tuas pegadas o caminho e nada mais;

Caminhante, não há caminho, Faz-se o caminho ao andar...”


Aldeir Ferraz



terça-feira, 22 de setembro de 2020

O TRABALHO QUE DIGNIFICA OU DANIFICA



Se trabalhar mais, vai adoecer e se não trabalhar, vai adoecer também.


Este é o drama de vida de muitos trabalhadores e trabalhadoras deste país.


Conheci um caso desses fazendo fisioterapia. Um senhor já calejado pela vida lutando para se recuperar de algumas dores em seu joelho. Por coincidência estava também com problemas parecidos com o dele.


Enquanto fazíamos os exercícios dentro de uma sala, puxei conversa e me contou que era aposentado, mas sua renda não dava para manter sua família. Tinha que trabalhar, não havia outra opção.


Dentro de um chão de fábrica sua função é bem pesada, anda pra lá e pra cá. Tem hora que precisa baixar a cabeça, ir pra um canto, pois teme que alguém veja sua cara de dor e possa ser mandado embora.


O medo lhe corroí, pois precisa superar tudo para se manter naquilo que te mantém. O seu trabalho é muito importante para o sustento da sua e de outras vidas.


Vivemos em tempos do medo e isso nos impede de alcançarmos uma felicidade plena, pois neste conceito de mundo, somos necessários até quando possuímos vigor, saúde, energia. Quando a energia se esvai, passamos a ser descartáveis e outros assumem o nosso lugar, até que sejam também descartados.


Há um limite para o nosso corpo em suportar o trabalho e infelizmente isso não é reconhecido pelo Estado que estamos tendo.


Seria preciso garantir o direito de ter uma renda digna não na lógica do fim da vida, mas quando os limites já nos impedem de seguir no trabalho.


Não se pode continuar com a lógica de que só os fortes podem sobreviver.




Aldeir Ferraz




sábado, 19 de setembro de 2020

A EGUA DO TATÃO

 Tatão é um camarada inteligente, apesar de vez ou outra tomar umas esbarradas.

Por falar em tomar, aprecia saborear umas cangibrinas e haja trupicão pra tanto canecão.

Com o preço da gasolina lá nas alturas resolveu nosso amigo encostar o carro e comprar um cavalo. Na verdade não é só por causa do tanque do seu automóvel, mas também pelo seu tanque que vivia entornando, entornando de cachaça.

O cavalo que comprou numa negociada no buteco da roça animou nosso desgustador de cana. Feliz com o preço que pagou chegou com o bicho em casa, mas logo notou assim que sarou que o cavalo faltava alguma coisa. 

Na verdade o cavalo era uma égua. Faz parte dos negócios regado a copos e mais copos.

O tempo passou e da égua ele bem cuidou. O animal se tornou seu protetor e sabe o caminho de volta do cavalgador.

Dizem os companheiros de gole que a egua do Tatão  é da igreja e por isso não bebe com o patrão.

Enfim, ele já "injeitou"  cinco mil nela. Assim nos falou. Também o animal é de valor mesmo, pois nunca deixou num tombo o Tatão pelo caminho.


Aldeir Ferraz


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A SOMBRA DE UM CAVALEIRO



— Então você é sobrinho do Avelino Inácio?

— Sim! Meu tio e padrinho!

Até hoje ainda encontro com pessoas neste cantão da Zona da Mata Mineira, por estas serras que rodeiam visconde do Rio Branco, alguém que conhece este homem, alguém que sabe das suas histórias.

Ser sobrinho e afilhado dele sempre me fazia ouvir e ainda ouço:

_“Então cê é gente boa uai!”

Talvez por seus negócios, por sua lida de homem do campo, da compra e venda de gado. Mas não é apenas isso que faz alguém ganhar o respeito no meio do povo, existe o jeito de ser.

Dele trago sempre a imagem do cavaleiro, montado em seu cavalo sob Sol escaldante, fazendo sombra na estrada, chegando de longe, empoeirado, mas bem alinhado desde a bota ao chapéu.

Gostava muito de passar as férias por lá. Na casa dele tinha uma televisão a bateria, engenho de rapadura, chiqueiro de porco, córrego pra pescar. Só tinha um problema que era a cachorrada brava…

Ah! Tinha muito serviço também, ali a turma ralava, sobrava até pra mim, ajudava a debulhar milho e até candear boi. Nesta segunda tarefa já cheguei quase tombar uma carroça com boi e tudo numa pirambeira, menino de rua dando uma de candeeiro é engraçado.

Sua história se mistura com sua mãe Jovelina, que viúva contou com sua lida para cuidar da subsistência das coisas que tinham.

Não posso esquecer do prazer que tinha de tomar uma cachaça e isso aí ninguém é de ferro, mas não bambeava com as goladas de jeito  maneira.

O povo da Folia de Reis fazia questão de madrugar na sua casa, pois a família era grande e todos acordavam pra receber a cantoria e a reza.

Enfim, com seu cavalo já não anda mais por estas bandas, mas com certeza cavalga entre as estrelas junto aos que deixaram aqui na Terra seus bons exemplos de coragem e dedicação aos seus.


Aldeir Ferraz



quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A GRANDE ÁRVORE


Era uma noite diferente das outras, nem frio, nem calor. No céu escuro, as estrelas e a Lua iluminavam as ruas perto de casa.

Um silêncio estranho contrastava com o vai e vêm das pessoas na rua.

Estávamos ali em orações e também havia uma vela acesa. 

Dentro do quarto, deitada na cama, ali estava ela já se preparando para a sua viagem final.

Tudo naquele momento ficou vazio, mas logo a seguir as lembranças passaram a surgir.

Em um último olhar para todos nós, se despediu e seu espírito voou ao encontro do universo.

Uma leve brisa apagou as chamas da vela. 

Os passos apressados dela, na lida do dia a dia, os seus preparos dos alimentos, as suas rezas, a suas histórias a beira do fogão de lenha…

Passado muito tempo da sua partida para junto do Grande Espírito, ainda fica comigo a imagem do seu olhar.

Seus olhos firmes, seu semblante sereno nos trazia um conforto e uma segurança muito grande.

Sua história de vida admirável deixou marcas na sua maneira de ser. 

Ela se tornou forte, não apenas por ter nascido forte, mas por ter vivido como uma grande fortaleza que enfrentou as intemperes do tempo.

Cada um de nós, que pertencemos a sua descendência, traz um pouco da energia dela. Cabe-nos nunca abrir mão disso.

Somos bem aventurados por sermos frutos desta grande mulher que era como uma árvore de troncos fortes e uma imensa copa que sempre nos protegeu durante a sua vida.

Esta é minha Vó Jovelina, uma luz que hoje brilha no infinito deste imenso universo que também um dia iremos seguir.



 Aldeir  Ferraz




domingo, 13 de setembro de 2020

GALINHA DE PINTINHO

Já tomei muito galope de galinha com pintinho. 

Confesso que pra mim, como criança, era um dos bichos mais bravos, até mais que cachorro.

Na casa da minha Vó Jovelina, na comunidade de São Francisco, em Visconde do rio Branco, passava férias lá e gostava muito de brincar no quintal, olhar as criações e os pintinhos pequenininhos e amarelinhos era minha paixão, mas a galinha não deixava chegar perto. 

Com os olhos vermelhos, as penas ouriçadas e passos firmes como de gigante partia pra cima e quando alcançava dava bicadas de doer.

Com muito medo, ficava afastado, mas os pintinhos se aproximavam de mim, mas logo sua mãe surgia para socorrer, acho que eles tinham uma maldade naquele gesto, pois o bicho-mãe bravo fazia com que eu disparasse na correria.

Não me conformava com aquilo, não queria fazer maldade nenhuma com os pintinhos, apenas brincar era minha vontade.

Hoje compreendo e admiro aquele instinto maternal que vira fúria para proteger suas crias.

Este instinto maternal, de proteção acontece entre nós também.

Uma pessoa veio reclamar comigo de que nesta pandemia não está podendo visitar um parente, pois a filha deste parente estipulou regras e está fazendo um verdadeiro isolamento. Recusa visita e fica brava quando alguém insiste.

Lembrei da galinha com pintinho, pois sem pintinho a galinha é dócil e até medrosa, mas quando está no papel de mãe, no papel de protetora, vira o terror.

Que bom é este (espírito) galinha com pintinho, pois está salvando muitas vidas, merece nossos aplausos e reconhecimento.

Quanto aos teimosos, cuidado, pois no instinto de proteção podem tomar bicadas e não adianta fazer cara feia não, que o bicho é manso, mas também é bravo, quando a missão é proteger.

Aldeir Ferraz




segunda-feira, 7 de setembro de 2020

INDEPENDÊNCIA O GRITO PRESO NA GARGANTA


Há quase duzentos anos, precisamente no ano de 1822, Dom Pedro rompia com a coroa portuguesa e uma nova história surgia aqui nas terras brasileiras. Os laços cortados tiveram um custo que foi pago pelos ingleses. Portugal  cobrou a fatura para aceitar a independência e como não tinhamos uma forma de pagar, os ingleses entraram na jogada, pagaram sem pagar, pois os portugueses deviam a  Inglaterra.  Na prática o Brasil ficou devendo sua dita liberdade a Inglaterra.


Muito antes deste episódio, o Novo Mundo chamado de Américas foi invadido e colonizado. Aqui muito foi saqueado e grande parte do seu povo exterminado. Uma nova sociedade surgiu com mistura de raças e com um conceito europeu do dominio dos endinheirados sobre os miseráveis. 


Uma sociedade de castas separava este novo povo e o único objetivo era ter um "rei na barriga". Explorar, explorar para ter estatus, para ser um semi deus. 


Tudo era feito para mostrar imponência, desde as casas grandes das fazendas até os palácios nas cidades. 


Os indigenas, como foram conhecidos, que eram os povos originários daqui. 


Somos descendentes deles, mesmo com muita mistura de lá pra cá, mas caregamos o seu dna. 


O DNA dos indios carrega uma cultura diferente do dna europeu, a forma de se organizar não evidência o modelo de ricos e miseráveis, ao contrário pois os frutos da mãe terra devem garantir vida a todos.


Nossa dependência ao modelo colonizador tem nos levado a ruina como povo e caminhamos a passos largos para a morte. 


Nossa identidade tem se perdido ao longo do tempo, justamente pelo fato do grito de independência ao modelo que nos foi imposto continua  preso em nossas gargantas.


O teólogo Eduardo Galeano, resumi pra mim o momento de reflexão que precisamos ter neste dia 07 de setembro:


A história é  um profeta  com o olhar voltado pra trás: pelo que foi,e contra o que foi,anunciará o que será.


OU LUTAMOS POR NOSSA INDEPENDÊNCIA OU SERÁ NOSSA MORTE.


Aldeir Ferraz



 

domingo, 30 de agosto de 2020

BOM VOTO

Há tempos participo da politica. Não sei até quando terei esta disposição. Pode ser que chegue um dia que novos rumos me farão seguir a direção reclusa do silêncio diante das questões que afetam nossas vidas.
Sempre acreditei que através da politica poderiamos mudar a vida das pessoas. E é verdade gente!
Aqui no bairro que moro, o bairro São Domingos, tinhamos muitos problemas de infra-estrutura, familias que dormiam com riscos de escorregamento de encostas, ausência de creche,educação e saúde  precária, problemas sociais. Muita coisa mudou, outras não,mas foi decisões politicas que fizeram o cenário mudar, precisa mudar mais, claro que sim,mas mudou.
Outras regiões da cidade, também seguiram com melhorias, quem é do do Bairro João Teixeira, o popular Tanquinho, sabe da dureza que era viver com esgoto a céu aberto, sem agua tratada e na poeira.Hoje vai lá pra ver, até escola modelo tem. Tá bom? claro que não. Sempre precisa de mais.
As cidades são dinâmicas, crescem de tamanho e surgem novas demandas, por isso sempre temos que acompanhar essa evolução e ter a capacidade de manter a qualidade de vida sempre.
É a qualidade de vida que nos deve mover ao tomar nossas decisões politicas.
De 04 em 04 anos, paramos para pensar e escolher quem vai assumir a gestão da cidade, quem vai representar os nossos anseios da luta pela qualidade de vida. 
Ter nojo da politica, se abster, não se envolver, nada disso vai ajudar a melhorar o que precisa ser melhorado. Claro  que é direito achar que politica não presta. Mas a roda vai continuar girando e se girar mal, pode nos atropelar.
Não é preciso dizer o tanto de coisas que nos prejudica por ausencia de boas administrações púbicas.
Por isso um apelo faço, vamos continuar tentando acertar e acreditar que a qualidade de vida pode ser alcançada.
Nesta pandemia vai ser dificil acontecer reuniões, debates públicos, corpo a corpo com candidatos, o risco de contaminação é grande e a saúde é uma questão poltica também
A escolha do eleito será então de muito estudo por parte do eleitor. Preste atenção no que nossos candidatos irão postar nas redes sociais, na sinceridade do que falam, nas falsas promessas e nas verdades que precisam ser ditas.
Não vamos abusar deste momento, menospresar essa oportunidade, Vamos ouvir, analisar e jamais entregar o  voto por nada.
Acho que o respeito a quem está  se apresentando como candidato é bom, pois creio que a reciproca deverá ser a mesma.
Tem muita genta boa na disputa e sou otimista de que vamos conseguir escolher os melhores entre os melhores.

Abraços a todos, boa reflexão e que lá na frente tenhamos e um bom voto.

Aldeir Ferraz



BOM APETITE, DIA DO NUTRICIONISTA



O alimento é vital para nossa existência como seres vivos, isso é um fato.

Desde a idade das pedras, principalmente com a descoberta  do fogo, o hábito de se alimentar vem se evoluindo e em cada região deste planeta forma-se culturas variadas.

O que é normal de se comer na China, pode não ser normal aqui. Cada parte do mundo desenvolvem-se alimentos de formas variadas que buscam garantir a sobrevivência, aliada ao paladar logicamente.

Aqui no Brasil podemos perceber essa diversidade alimentar. Cada região procura expor o que tem de bom para comer. Nossa Minas Gerais larga na frente nesta disputa, claro néh!? Será que existe coisa melhor que um franguinho com quiabo?

A história do alimento tem muito de luta e resistência dos povos. Aqui no periodo intenso da escravidão, a população que foi raptada da áfrica e submetida ao flagelo da submissão de raça, buscou formas de sobrevivência na alimentação. Recebiam sempre o resto das Casas Grandes e nas Senzalas reinventavam o que era descartado pelos senhorios e conseguiam a energia alimentar necessária para resistir, a feijoada é um exemplo.

Hoje usamos o termo Segurança Alimentar para colocar na mesa essa importante situação das nossas vidas, ou seja, comer, comer é fundamental para sobreviver. E não é só apenas comer para sobreviver, é alimentar-se com qualidade para garantir a saúde de verdade.

Nesse contexto, diversos homens e mulheres se enveredaram nessa importante ciência que estuda os alimentos e seus nutrientes. Falo aqui dos Nutricionistas.

Conheço vários nutricionistas e posso atestar como são envolvidos na luta por alimentos saudáveis que visam não matar a nossa fome apenas,mas garantir a vida saudável.

O trabalho dos nutricionistas ultrapassam cozinhas, não ficam presos apenas em planilhas, vão a campo literalmente para garantir que nossa geração e as futuras tenham a fonte de vida no hábito de alimentar.

Dia 31 de agosto, dia do nutricionista, vai aqui o meu viva a todos eles, bom apetite.

Aldeir Ferraz



sexta-feira, 28 de agosto de 2020

EM BUSCA DE UM AMIGO


Recebi uma mensagem e nela dizia: “Estou precisando de um amigo.”

Interessante que aquilo me causou espanto.

Comecei a pensar sobre amizade, como é bom ter um amigo.

Quantos amigos tive! Que coisa boa! Mesmo temporário, amigo é amigo.

Esse negócio de amizade nos faz até pagar mico. Quantas vezes em uma mesa de bar, afaguei minhas mágoas e também buscava consolar um amigo. O incio era uma conversa sem esperança, no meio o choro e no fim saíamos cantando. Aquilo dava um alívio.

Estamos em um momento de distanciamento social e fico pensando como este tempo nos deixa carentes. Já pensou a criançada que não tá brincando com sua turma, tendo que ficar em casa e superar o tédio?

E eu que já estou com minhas saudades das conversas no boteco e nos churrascos. Até que no trabalho ainda tento cultuar amizades, mas trabalho é lugar tenso, estamos sempre focados nas atividades.

Bom mesmo é sair do trabalho e sentar com os amigos, jogar conversar fora, saborear um torresmo e uma bebida gelada ou uma quente.

Rir, chorar, se expor, tem que ser com alguém que você pode confiar.

Acho que este pedido de amizade representa a necessidade que temos de completar os nossos vazios.

O vazio de mundo que vivemos neste momento precisa ser preenchido. O copo na mesa de um bar quando tá vazio, logo pedimos o garçom pra encher.

Que nossa vida nunca se esvazie de amizades. Vamos celebrar sempre com nossos amigos, de preferência numa mesa de bar.


Aldeir Ferraz




quarta-feira, 26 de agosto de 2020

VELA ACESA


Estava ali caído o andarilho que encerrou seu caminho.

Caiu no meio da praça e naquele fim de tarde frio, pessoas apressadas passavam. Ninguém se importava.

Folhas secas com o vento depositavam-se em seu corpo já gélido. A espera do rabecão para recolhê-lo, aquele sem nome, sem documento, sem rumo, sem nada estava ali.

Eu do outro lado da rua a espera de um ônibus presenciava aquela cena.

Uma velha senhora se aproximou e com uma vela acesa cerimonialmente a depositou do lado daquele cadáver. Antes de sair protegeu a vela acesa com uma lata e fez um gesto de oração.

Demorou ainda um pouco, mas recolheram aquele homem falecido. A vela ainda ficou ali e acesa.

Meu transporte não chegava, estava atrasado e fiquei a admirar a luz protegida que aquela boa senhora deixou. Seria ela um parente, alguém próximo, ou um anjo?

Comecei a pensar sobre o fim daquele ser que não tinha ninguém por ele.

Do mundo não recebeu a bondade necessária para viver em um lar com comida quente, com roupa lavada, com uma TV para assistir, com filhos para curtir.

Talvez o gesto da vela acesa que a senhora deixou ao seu lado fosse a única bondade que um dia recebeu.

A vela acesa era ali uma forma de amor única que ganhou, realmente amar é simplesmente querer o bem de alguém, mesmo que seja um ninguém.


Aldeir Ferraz

XADREZ


O Jogo de Xadrez nos remete ao estilo de uma sociedade monárquica, onde peões, bispos, rei, rainha tem seu papel definido em uma batalha mortal que visa derrubar o oponente. Cavalos e torres expõem o poderio de um lado e de outro com estratégias múltiplas de avanço no território alheio.

O tabuleiro é o mundo onde estes atores atuam. Peões são colocados a frente como escudos e alvos fáceis dos confrontos. São os primeiros a serem eliminados e raro é as vezes em que sobrevivem para a celebrar uma vitória.

Torres e cavalos são as forças que podem derrubar o inimigo, é a imponência do poder que passa por cima, que elimina sem dó, mas que também não leva a paz, pois são alvos estratégicos para serem derrubados.

A posição dos bispos é clássica, vivem ao lado da rainha e do rei e usam das suas prerrogativas para se manterem ao lado do poder.

A rainha é mais dinâmica o rei mais restrito, mas é dele a vitória ou derrota.

Neste tabuleiro da vida, somos os peões, que estam na batalha do dia a dia esperando o momento em que seremos abatidos, a maioria das estratégias nos menosprezam, mesmo sendo a maioria.

O poder tem uma lógica triangular onde quem está na base da pirâmide é achatada pela turma do topo. O jogo da vida é assim, somos necessários apenas quando nos fazem necessário.

Consciência do nosso papel pode fazer a mudança na regra do jogo.


Aldeir Ferraz

terça-feira, 25 de agosto de 2020

VENTO E ASA




E este vento que toca em mim, leva-me a buscar o horizonte em um vôo sem fim.

Vento que aguça os desejos, que liberta os sonhos e me mira o distante

Lá no distante que se encontra o que aqui não encontro

Hora ! Meus desencontros angustiantes renda-se aos ventos que me quer radiante

Não me queres estaca, me bate este vento que me entende como asa

Asa que rompe o espaço e se perde no infinito, se confunde com o que é azul

Que vida incerta que me prende e não me deixas seguir neste vento

Este vento que insiste que seja eu, uma eterna asa.


Aldeir Ferraz

domingo, 23 de agosto de 2020

ZÉ DA LUA E UTOPIA

Quem é Zé da Lua?
Zé da Lua são todos esses homens sonhadores que vagam mundo afora.
E essa tal Utopia do Zé?
Utopia é o mundo paralelo que o Zé tá sempre construindo.
Zé é um cara real que acorda cedo e vai para o trabalho. Em sua casa deixa tudo pra garantir tudo quando voltar.
Sua vida é muito dura, quase que precisa vender o almoço pra comprar o jantar.
O interessante no Zé é sua esperança. Mesmo quando as coisas não dão certo, não desanima.
O seu mundo paralelo te ajuda muito. Em Utopia realiza tudo o que no mundo real não consegue realizar.
Sua casa linda está lá! Mesmo que não tenha no mundo de cá!
Os seus desamores que guarda no peito, em Utopia são eternos amores perfeitos.
Aqui suas andanças sofridas são passados longínquos na bela Utopia que te faz viajar.
Em Utopia suas necessidades são supridas com seu trabalho e não tem este sufoco real de amargar.
O que tem de igual de um lado e do outro é o sorriso do Zé.
Quem dera todos nós tivessemos a Utopia do Zé, que mesmo distante sua real efetividade, traz uma vontade danada de sempre sonhar e saber que uma hora tudo vai alcançar.

Aldeir Ferraz


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O CARA É DOIDO



De manhã, bem cedo, já virou hábito ouvir a mensagem do Padre.

É muito energizador.

Hoje pela manhã coloquei a mensagem para ser ouvida junto com um amigo que é bem sincerão.

O Padre apesar de perrengado e tossindo bastante fez a leitura do evangelho. Citou o capitulo e o versículo, mas esqueceu de falar do evangelista, sem problema, tava guerreiro com sua enfermidade, deu pra entender.

O evangelho relata Jesus contando a parábola do Patrão que chamou vários trabalhadores para sua vinha e no final pagou a todos o mesmo valor, independente de quem começou mais cedo ou mais tarde.

Tal atitude causou indignação aos personagens da história.

O meu amigo também ficou encafifado com a parábola.

— Esse Cara é doido, como pode querer igualar as pessoas?

Não é atoa que mataram ele! Se depender da nossa sociedade fica na cruz de enfeite, esse comunista! Conclui o meu amigo.

Achei interessante a sua reflexão, pois revela a nossa face.

O mundo do trabalho é de fato meritocrático. Não se faz do trabalho uma fonte de vida, mas uma forma de diminuir um diante do outro.

O mais forte, o mais doutor, o mais rico, o que só pensa no lucro, tudo isso não faz diferença em um eventual Reino de Deus. Os últimos sempre serão os primeiros e os primeiros sempre serão os últimos.

A lógica será sempre a vida em abundância para todos, por isso que não dá certo no tipo de sociedade que vivemos.



Aldeir Ferraz

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

JANELA




Escuro é o quarto quando a luz se apaga.

Nessas trevas que encontro meu descanso, meu repouso do corpo, meu repouso da alma.

Um terço do tempo que ali estou, desligado de tudo, me recarrego.

Apenas o que me liga ao mundo é a brisa que adentra pela janela e balança as cortinas.

Esta mesma janela que permite o contato exterior com meu instantâneo inconsciente é que matutinalmente me desperta.

Minha janela, sim, dela vibra a energia que me traz a calmaria e também o meu despertar.

Das frestas, os fachos de luz tocam meu corpo e milhares de pontos podem ser vistos a olho nu, como se fossem seres alados minúsculos depositando em mim todas as energias do mundo.

Ergo-me do meu colchão e logo permito a minha janela,rompendo seus trincos, que me apresente ao novo dia que chegou.

Minha janela, a anfitriã que me convida para mundo, que me chama dizendo que lá fora tem um futuro a desbravar.

Que venha o novo dia, todos os dias pela minha janela.

Que cesse os dias, todas as noites em minha janela.



Aldeir Ferraz


domingo, 16 de agosto de 2020

VELHA BENGALA

E o ponteiro do relógio gira, meu tempo avança.
Já não posso mais dizer que o tempo corre, aliás, já não corro mais, já não ando mais.
Preso a uma cadeira de rodas e com o corpo quase todo paralisado, resta-me memórias e a compaixão dos meus.
Memórias de caminhos agitados e tantos afazeres, era tanta correria que não dava conta.
Viver era o que mais sabia fazer.
Hoje meus passos esqueceram de mim e cá estou, tudo que é perto é distante agora.
Outro dia,na sala, sozinho com meus pensamentos, avistei bem no cantinho minha velha bengala. Antes do inicio do meu clausuro, era com ela ainda que lutava pra ficar em pé. Foi minhas últimas forças que compartilhei .
A velha bengala me acompanhou por um bom tempo, agora estamos encostados. Eu aqui, ela lá.
De vez em quando peço para segurá-la, tento firmar minha mão e me erguer, mas, nada.
Sabe, percebo que ela torce por mim, pois dela emana um sinal que parece dizer:
" Vamos você consegue, vamos caminhar juntos! "
E fico aqui agora com minha trilha sonora, junto a minha velha bengala, ouvindo a velha canção do Barrerito.
Meus passos onde estão os meus passos?
Que esqueceram meu corpo
Que é levado nos braços
Meu Deus um pedido eu queria fazer
Se um dia o senhor me atender
Devolva meus passos.

Aldeir Ferraz

sábado, 15 de agosto de 2020

O PREÇO

Como se Forma o Preço de um Produto

Desde adolescente tenho como principal ocupação o comércio alimentício, antigamente dizia-se comércio de secos e molhados.
Já passei por vários momentos de fase ruim e boa de vendas. Tempos de inflação e de estabilidade.
Em todos estes tempos percebia a movimentação que era feita no valor de um produto.
O correto de dar preço em produto deveria ser o custo da sua produção até entrega para o consumidor final, mais impostos. Mas outros componentes tem sido agregado a ele.
Investidores das empresas produtoras cobram o seu naco, a publicidade tem feito também o crescimento no custo e cada dia surge mais um fator alheio a cadeia produtiva elevando o valor.
Arrisco em dizer que um produto que custa um real pronto, o seu valor dobra com os pinduricalhos.
O interessante é que também existe o custo psicológico que pode elevar ou baixar um valor.
Este custo psicológico é formado por jogadas de boatos e analistas de plantão que fazem previsões economicas que nunca se efetivam, mas que faz seus estragos.
Tem muita gente que ganha dinheiro com isso.
E quem mais se ferra com isso? Advinha?

Aldeir Ferraz

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

O USO DO CACHIMBO FAZ A BOCA TORTA



É bom que sempre possamos fazer a reflexão do tempo em que estamos vivendo e qual nosso papel neste contexto.

Estamos fracassando como sociedade e a deformidade evidente me faz remeter ao ditado popular:

“O uso do cachimbo faz a boca torta”

Estávamos acostumando a um cenário de desenvolvimento e crescimento da renda em passado recente, onde tínhamos um norte de nação focada no futuro, mas com o pé no presente, momento em que concluo que elevamos nosso grau de arrogância e as bases do avanço econômico e social degringolou.

Nesse ditado que citei, o cachimbo é a arrogância que começamos a usar quando o caminho estava belo e radiante, dava pra ver no rosto de cada um de nós brasileiros e brasileiras. Porém, agora que nos afligimos com um cenário de morte, onde uma pandemia vai nos adoecendo e matando, continuamos com o cachimbo da arrogância cada vez mais nos deformando.

O rosto de nossa sociedade está cada vez mais irreconhecível e não mudamos de jeito.

O discurso do novo normal virou hipocrisia, pois as atitudes estão fechando qualquer porta de razoabilidade. Se temos dois lados nesta história, tanto um como o outro esborrifam a fumaça do cachimbo que nos destrói.

Agora convivemos com alta de preços, queda na renda e o deus-mercado celebrando lucros exorbitantes.

No espelho da nossa consciência nos vemos agora como monstro com a boca cada vez mais torta.



Aldeir Ferraz

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

OS SANTOS VIVOS


Como o amor e a caridade dos Santos Vivos nos faz refletir.

Nos cultos e celebrações religiosas geralmente se faz uma referência a alguns homens e mulheres do passado que tiveram uma vida dedicada ao próximo e que após suas mortes, tornaram-se santos.

Muitos destes santos passam a ganhar devotos que atribuem a eles milagres e o apego as orações e pedidos de intercessão a Deus se multiplicam.

Agora, porém, ainda existem mundo afora, entre nós os santos vivos, que tem uma vida voltada a fazer o bem de forma instintiva.

Os santos vivos, na maioria das vezes estão em lugares miseráveis e junto ao povo mais excluído. Aqueles seres humanos renegados pela sociedade contam com os santos vivos para aliviarem suas dores.

Drogados, mendigos, presos, doentes…enfim, tudo que nos incomoda e optamos por afastar ou apenas comentar a distância, encontra em alguns o acolhimento humano.

Sinto-me pequeno diante da grandeza e desprendimento das ações de amor e caridade destes santos.

O Brasil contemporâneo pode vivenciar muitos destes santos, um deles é, sem dúvida, irmã Dulce, que viveu entre nós e fez o que deveríamos fazer sempre, amar o próximo, sem nada obter em troca.

Outros santos vivos estão partindo e abrindo uma lacuna que precisa ser preenchida, pois a messe é grande e os operários são poucos.

Precisamos de muitos santos entre nós.


Aldeir Ferraz

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

LINDA JUVENTUDE


Juventude, viva intensamente a sua. Eu vivi, eu sonhei eu amei…

Hoje não tenho mais a idade juvenil, não tenho mais os ares de energia daqueles tempos, mas como foi bom, insisto em ter.

Quando os cabelos começam a ficar brancos, busco longo uma tinta;

Quando uma ruga surge, a pele já não se faz mais lisa, uso todos os cremes que surgem a minha frente;

Quando a barriga desponta e o físico não é mais resistente, corro para academias e caminhadas.

Não é fácil aceitar que tudo ficou para trás e que um novo ser surgiu em mim.

As razões dominam a vida, muito mais do que as emoções de outrora.

Acaba que a vida avançando no caminho tornamo-nos aqueles chatos moralistas que sempre nos espezinhavam na mocidade.

A vontade é tanta de voltar que até a essência abrimos mão. No sexo sonhamos com as quantidades e deixamos os amores e paixões de lado. Bebemos o vinho não para viajar, mas para se anular, ouvimos a canção para chorar, para sentir saudade e não para sonhar.

É assim mesmo, por isso insisto que viva a sua juventude, beba da água-viva que está em sua fonte.

Aqui em meu tempo resta-me aprender a viver com que a vida me oferece e quem sabe daqui mais algumas décadas possa dizer também:

Esse tempo de quarentão que era bom!

Viva a sua idade, seja qual ela for.



Aldeir Ferraz

sábado, 8 de agosto de 2020

O DIA DE (S)TER PAI


Não! Não quero falar do pai. Quero falar de quem tem e de quem gostaria de ter pai.
Quem tem, no orgulho procura se escorar ou mesmo busca fazer com que ele tenha orgulho, que ele te entenda, que ele ache você sempre o melhor.
Muitas vezes isso  é conflitante, pôxa meu velho não me entende.
Quem gostaria de ter um pai neste domingo. Todos que hoje não têm, mesmo que diga que não, sim! Gostariam de ter.
Tem a saudade do que já não vive mais. Tem a raiva do  que não se faz presente. Tem a frustração do que nunca existiu. Tem tudo, mas o pai não tem.
Não dá pra dizer que tá tudo bem, que não liga pra isso. No fundo algo corroi.
Ter um pai sempre, tê-lo neste domingo e não ter, faz diferença, doi sem doer ou doe mesmo.
O dia de ter um pai talvez nos ensine a ser um.
Se você não tem ou se você tem, aprenda a ser, pois qualquer um precisa ter um pai.
Como na música que diz: 
Você faz parte deste caminho, que hoje eu vivo....PAI.

Aldeir Ferraz



sexta-feira, 7 de agosto de 2020

IRMÃ MARISA COSTA, UMA LUZ DE DEUS


Uma fonte de luz, é assim que defino Irmã Marisa em minha vida.

Aquela pequena mulher, de olhar simples e que tinha seus passos firmes junto a nós em todas andanças nas comunidades.

Lá na Pastoral da Juventude, nas Comunidades Eclesiais de Base, na formação de Associações de Moradores, Pastoral Operária… estava ela, a servir, a orientar.

O Deus de Irmã Marisa sempre estava entre nós. Não, definitivamente não estava nos altares.

Interessante que antes de conhecê-la, era pra cima, olhando no céu que enxergava a presença divina, mas aos poucos e com a sua sabedoria passei a ver de fato o rosto do criador no pobre, no injustiçado, naquela mulher trabalhadora, naquele homem trabalhador, na simplicidade das comunidades.

Nossas mudanças nunca acontecem por si, é preciso que tenhamos pessoas ou anjos como queiram ao nosso lado, a nossa frente e até como sombra levando as certezas dos caminhos.

Quem na vida sempre foi luz, na eternidade sempre será luz.

Em tempos de desconstrução humana, a ausência de mulheres como Irmã Marisa é sem dúvida uma perda, mas o seu legado, cabe a nós que ainda estamos por aqui levar a outros tantos que não tiveram o sabor da sua convivência.

Que sua luz esteja sempre presente entre nós.

Irmã Marisa, Presente, Irmã Marisa Presente!



Aldeir Ferraz

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

CARTA APOIO

Ubá 06 de agosto de 2020

A distância destes tempos de pandemia impedem o nosso convívio social. Reuniões, encontros, conversas mais próximas têm sido evitadas para nosso bem. A saúde agora vale todo nosso esforço contra este mal chamado popularmente de Corona Vírus.

Isto tudo está acontecendo em um ano muito importante para nós, como sociedade, pois chega o momento em que através de um processo eleitoral definiremos os representantes do legislativo e o novo chefe do executivo.

Desde a década de 80, ainda adolescente participo da vida comunitária e politica. Em movimentos de juventude, comunidades de base, partidos políticos e também no meu trabalho, cresci como cidadão e evolui na minha esperança de um mundo melhor.

O ator Grande Otelo em uma cena de novela antiga disse que a esperança é uma seriema, quando quase a alcançamos, suas pernas longas se apressam e não conseguimos agarrá-la, mas jamais pararia de ir em sua direção.

Esta esperança sempre a persegui e como o nosso ator procuro na espera confiante alcançar.

Considero a politica a estrada a seguir e perseguir a tão desejada esperança.

Na minha vida tive a felicidade de contribuir na politica para transformar a realidade de forma positiva.

Tenho a tranquilidade de muitos testemunhos positivos daquilo que fiz ao longo da minha vida pública.

Agora assumo mais um desafio, estou hoje como pré-candidato a vereador em um projeto amplo que busca resgatar o modo de governar nossa cidade como foi no período da administração do Vadinho.

Além de colocar meu nome como pré-candidato a vereador, também defenderei a pré-candidatura a prefeito do Vadinho para que ela se torne realidade.

Queria neste contexto contar com seu apoio e simpatia nesta jornada que assumi. Espero após este momento de pandemia dialogarmos mais sobre as esperanças para nossa cidade.

Um abraço fraterno e que Deus ilumine os nossos caminhos.



Aldeir Ferraz


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

ENERGIA 220

No ínicio de agosto de 2017, começava uma nova história na cidade Ubá e também em minha vida. O Atacarejo Martminas era inaugurado. Mais do que um empreendimento, esta empresa se tornou parte do povo ubaense e da região.
Ubá, em um determinado tempo possuia vários atacados importantes, como o armarinho Santo Antônio e infelizmente perdemos esse segmento da economia, após sequências de crises. 
A inauguração do Martminas aqui, resgatou essa vocação regional da nossa cidade e nossa economia passou a movimentar o atacado com mais robustez. Vários comerciantes daqui e de toda região têm frequentado nossa loja e realizam bons negócios, proporcionando desenvolvimento econômico a nossa comunidade.
Desde que comecei a trabalhar, também me desenvolvi como profissional e claro, tenho me tornado uma pessoa melhor a cada dia com a relação que tenho com cada um que trabalha.
A nossa equipe de trabalho é fantástica, todos procuram se desdobrar para que esta loja dure por muito tempo entre nós.
Cada um, mesmo começando com pouca experiência adquire o espírito de equipe e entra no clima na voltagem 220.
A loja Ubá é identificada na rede como 220 e é assim que somos em forma de energia.
Que possamos ter mais anos de trabalho e crescimento, fazendo com que Ubá continue com sua vocação de polo, que nossa região da Zona da Mata se torne cada vez mais progressiva e nós, povo de luta e trabalho possamos sempre orgulhar das coisas boas que acontecem.
Salve a todos da equipe Martminas Ubá, a loja que é 220.

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 30 de julho de 2020

NÃO PERCA ESSA

Liquida tudo, grande oferta, desconto pra toda família, promoção imperdível,quer pagar quanto? 
Somos provocados todos os dias a consumir, mesmo sem a necessidade de consumir. São preparadas ações que ativam nossos desejos e corremos pra lá. Black Fridays, semana das mães, das crianças, natal, liquida tudo... Sempre estamos atraídos nessa selvagem lógica capitalista.
O negócio precisa ser movimentado e muita gente tem que se aglomerar para comprar.
Aglomerar, aí que tá o problema agora. A pandemia tem provocado pânico nos estratégistas do consumo, pois não aglomerar é hoje a única arma para vencer o inimigo corona virús.
As empresas precisam se reinventar na busca do lucro pra manter seus clientes vivos. Durante um bom tempo ainda teremos que evitar as aglomerações e não vai dar pra fazer o liquida tudo, a onda agora é o liquida sem liquidar ninguém.
Não acredito que um novo modo surja
nestes tempos, mas as adaptações já estão a caminho, pois nosso DNA consumista será dificil de acabar.
Sem filas, sem aglomerações, sem corre corre, sem desespero, como haveremos de satisfazer nossos vícios de consumir?
Hoje tem oferta? E agora?

Aldeir Ferraz

quarta-feira, 29 de julho de 2020

UM GUERREIRO DE PÉ

Um guerreiro de pé, assim imaginei e tive a esperança que aconteceria.
Um inimigo invisível que tem nos confrontado,que tem tombado alguns, deixando amigos e familiares em aflição.
Somente quem tem uma pessoa próxima é que sabe dizer o quão é desafiante esta pandemia. Dizem que vai passar, mas que coisa que não passa, que coisa que traz tanta dor.
Mas é bom ver um dos nossos vencendo esta batalha, pois nos resgata a fé, nos resgata a esperança e principalmente nos move para a solidariedade.
Todos nós que acompanhamos estes dias de angústia, certamente estivemos adoecidos também, mas a energia de cada um fez construir uma força capaz de enfrentar este inimigo quase invencível.
Seja bem vindo após esta batalha Tio Deguinho, estamos radiantes desta vitória contra este tal corona virús.
Viva! Viva! Viva!

Aldeir Ferraz

terça-feira, 28 de julho de 2020

NOSSAS DORES

Quem nunca sentiu uma dor? Certamente em algum momento ou agora mesmo uma dor provoca uma reação em alguém.
As dores que surgem em nossas vidas podem ser físicas ou espirituais, tanto uma como a outra pode gerar traumas que vão para a vida toda.
A dor física, segundo os entendidos sobre saúde é um alerta do corpo que algo não está bem. Uma dor de cabeça por exemplo pode ser originada de outras partes do corpo e um socorro médico pode apontar o remédio adequado para sanar o sofrimento.
A dor espiritual tem também sua complexidade que até afeta o corpo. Hoje em dia temos a psicologia que busca a intervenção adequada para estas questões.
O fato é que nossas dores quando chegam, chegam no momento em que não estamos preparados. Isso nos leva a uma frustração de viver, um desânimo, uma sensação de derrota que contribui para que aquilo que aflige tome conta do nosso ser.
Vencer uma dor não é fácil, ainda mais quando não esperamos por ela e sempre não esperamos por ela.
Toda ajuda é necessária para superar uma dor, portanto se você presenciar alguém sofrendo, respeite, tenha compaixão ajude no que for possível, seja solidário, pois certamente um dia será sua vez de encarar a tão temida dor.

Aldeir Ferraz

domingo, 26 de julho de 2020

COLO DE VÓ

Santa Ana que me desculpe,mais a minha vó que vou celebrar hoje.
Tem coisa melhor não, casa de vó.
Casa de vó tem cheiro diferente, tem sabor diferente, tem olhar diferente, casa de vó é uma delícia só.
Lá tem tanta coisa e tem o melhor, a minha vó. Minha mãe fica até com ciúmes, mas é no colo dela que gosto de ficar.
Ela faz doce, faz café, dá refrigerante, sorvete, comida gostosa, ôba!
Uma semana com vovó e não tem jeito, engordo mesmo.
Toda Vó deveria ser eterna, sempre tá ali pra nos defender. Se mamãe fica brava, vovó me protege, se estou triste e chorando vovó enxuga minhas lágrimas.
Quando fico doente, vovó acode antes do médico.
Acho que Deus inventou primeiro as vovós e depois veio as mamães.
Viva a todas mulheres vovós de cabelos brancos ou não!

Aldeir Ferraz



sexta-feira, 24 de julho de 2020

O MUNDO DOS "IN" CERTOS

 O diálogo que produzimos nos tempos atuais tem vindo com certezas baseadas no que interpretamos delas ou dos que outros interpretam por nós.
Cada vez existe menos oportunidade para o meio termo.
Essa forma de sermos, de acharmos que certo é a nossa certeza, nos afasta uns dos outros. Passamos a tratar quem pensa diferente como inimigo e muitas vezes tampouco tivemos alguma amizade com o próximo que queremos  ver distante.
Já fui vitima e vilão nessa situação das tais certezas. Parece algo involuntário.
Claro que são perspectivas diferentes, mas no futebol ser flamengo e outro ser vasco, quase se obriga a rivalidade pessoal. Na politica ser PT e no outro lado ser PSDB, quase que uma cultura do ódio produz uma arrelia.
Já criei muita inimizade por politica, hoje procuro refletir mais, pois as nossas certezas não são plenas, pode ser que lá na frente as coisas mudem e a sua verdade já não seja tão verdade.
Algumas posições politicas que assumi fez com que algumas pessoas me virassem a cara ou até mesmo criassem uma certa perseguição. Sei que isso vai mudar lá na frente e minha energia não pode se esvair nas incertas certezas que teimamos ter.
Por isso prefiro diferentemente de antes, oferecer flores ao invés da espada aos que tem seus pensamentos diferentes dos meus.
Paz e Bem

Aldeir Ferraz



Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...