quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

KOMBI 78

 No dito popular fala-se que um carro é mais  uma familia pra sustentar.

Talvez sim, pois sempre tem os gastos de combustível e manutenção, mas é inegável que um carro faz a diferença.

No armazém Ferraz isso de ter um carro passava da hora. Não dava mais pra continuar as entregas na bicicleta ou com ajuda de alguns amigos, como o Cheker do João Filipinho que fazia algumas entregas com sua camionete a gás.

O Ailton chegou a ter um fusca azul que também serviu de carro de entrega, mas a chegada da Kombi 78 azul, o patamar passou a ser outro.

A Kombi azul rodou muito, era entrega para todo lugar, enfretava barro e peso, mas também passou apertos com motoristas meia roda, aliás eu era um dos meia roda.

Essa kombi durou bastante tempo e tem muita história, pois além do trabalho,  era também para o lazer.

Minha habilitação foi conquistada nela. Até o Serginho teve algumas aulas de direção com ela.

Lembro que saia para as roças com o Lorival Ferraz em busca de rapaduras nos engenhos. Voltavamos cheio de cargas de rapadura e com muita abelha dentro.

Tinhamos também a venda de ovos de granja que o Zezinho de Viçosa nos repassava para vender na região. Quem fazia as vendas dos ovos no comércio era o Muambinha, Jose Carlos Correa Lino, grande amigo.

Aos domingos depois do trabalho, ou mesmo a noite tinha os bailes e forrós na roça.

Tinha um toca fita daqueles grandões a pilha que colava dentro dela pra ouvir música, mas o barulho da lataria era maior.

Gostava muito de nadar na represa da ponte coberta e também tomar umas cachaças na casa da familia do Sr Joaquim Augusto, fregueses até hoje do Supermercado Ferraz.

Tinha os fretes que eram feitos também, lembro do Guacho que tinha um terreiro de Umbada que vez ou outra solicitava o serviço.

Não posso esquecer dos fretes com os  times de futebol que era direto também.

Nos deu muito lucro,  alegria, casamentos e conta-se a lenda que o Alan surgiu nela. 

Era uma kombi pau pra toda obra.

Aldeir Ferraz



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