domingo, 13 de setembro de 2020

GALINHA DE PINTINHO

Já tomei muito galope de galinha com pintinho. 

Confesso que pra mim, como criança, era um dos bichos mais bravos, até mais que cachorro.

Na casa da minha Vó Jovelina, na comunidade de São Francisco, em Visconde do rio Branco, passava férias lá e gostava muito de brincar no quintal, olhar as criações e os pintinhos pequenininhos e amarelinhos era minha paixão, mas a galinha não deixava chegar perto. 

Com os olhos vermelhos, as penas ouriçadas e passos firmes como de gigante partia pra cima e quando alcançava dava bicadas de doer.

Com muito medo, ficava afastado, mas os pintinhos se aproximavam de mim, mas logo sua mãe surgia para socorrer, acho que eles tinham uma maldade naquele gesto, pois o bicho-mãe bravo fazia com que eu disparasse na correria.

Não me conformava com aquilo, não queria fazer maldade nenhuma com os pintinhos, apenas brincar era minha vontade.

Hoje compreendo e admiro aquele instinto maternal que vira fúria para proteger suas crias.

Este instinto maternal, de proteção acontece entre nós também.

Uma pessoa veio reclamar comigo de que nesta pandemia não está podendo visitar um parente, pois a filha deste parente estipulou regras e está fazendo um verdadeiro isolamento. Recusa visita e fica brava quando alguém insiste.

Lembrei da galinha com pintinho, pois sem pintinho a galinha é dócil e até medrosa, mas quando está no papel de mãe, no papel de protetora, vira o terror.

Que bom é este (espírito) galinha com pintinho, pois está salvando muitas vidas, merece nossos aplausos e reconhecimento.

Quanto aos teimosos, cuidado, pois no instinto de proteção podem tomar bicadas e não adianta fazer cara feia não, que o bicho é manso, mas também é bravo, quando a missão é proteger.

Aldeir Ferraz




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