A alimentação é essencial para nossa vida. Isso é fato, ocorre que alimentar se tornou também a necessidade de satisfazer nossos desejos e virou um status.
Quem trabalha no comércio alimentício percebe como é essa busca por produtos que garantem a vida, supre os desejos e aponta nossa posição social.
Desde o inicio do armazém Ferraz passei a notar esta situação nas compras de muitas pessoas.
A qualidade versus preço, a propaganda versus o costume é o conflito na hora da escolha.
Dentro do comércio é preciso atender todo o tipo de perfil.
Marcas antigas mostram o costume que vem de geração, como o macarrão Guiricema. Por décadas vêm passando de pai pra filho. O Galo com macarrão tem que ser do Guiricema.
A diferença social durante um tempo era mostrado por aquilo que se adquiria, exemplo:
Extrato tomate Cajamar coisa do povão, extrato tomate elefante era para os mais abonados;
Oléo de milho Mazolla só rico comprava, óleo de soja mais para o povão. O consumo de óleo para a maioria do povo da roça se dividia com a gordura de porco, muitos tinham hábito de criar porcos em chqueiros;
Bacalhau era coisa de rico, o peixe majubinha para o povo mais pobre;
Arroz japonês, agulhinha para quem tinha mais dinheiro, arroz quebradinho e santa catarina para os mais pobres.
Alcaparras, cogumelos, atum, ervilha.... Itens raros na lista de compras do povão.
Hoje este cenário mudou e o desejo domina a compra de todos e é claro com a melhora do poder aquisitivo.
O pé de galinha que era um alimento só de pobre, depois que os mais ricos descobriram que ele tem colágeno, disparou no preço.
O pé deu um salto e ficou caro.
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