A cidade de Visconde do Rio Branco era cercada por plantações de cana de açucar. A maior parte das terras eram da Cia Açucareira Riobranquense, mas existia também os pequenos e médios canavieiros que cultivavam cana em suas terras para fornecer para usina. Alguns deles mesclavam seus negócios com produção de rapadura e cachaça.
Tínhamos uma economia dependente da sazonalidade da cana. A safra começava mais ou menos junho e julho. A festa de São João Batista, padroeiro da cidade, dava o tom de uma cidade movimentada, aliás todo mês de junho era uma festança só.
O armazém Ferraz ficava sempre cheio com o povo trabalhador tanto da usina, como na lavoura.
Os dias de pagamento, caminhões e mais caminhões paravam no centro e deles desciam as turmas com dinheiro no bolso para realizar suas compras.
Era uma alegria só estes dias de pagamento, pena que o dinheiro que recebiam acabava muito rápido.
Com sacos cheios de suas compras subiam novamente nos caminhões e partiam para suas casas.
O trabalho neste periodo de corte da cana não faltava, quem estava parado era só comprar um facão e um par de kichute e entrar nas turmas.
Facão, enxada, kichute, chapéu eram produtos que mais vendiam.
Tempos duros, tempos diferentes, mas tempos em que a convivência era mais sincera e doce.
AldeirFerraz
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