quinta-feira, 9 de junho de 2022

HUMANO


Noite fria, o vendo gélido balançava as folhas das árvores no Jardim e da janela podia-se ver que tudo estava em silêncio, quase ninguém se aventurando pelas ruas.

Naquela noite um barulho de uma lixeira sendo revirada por um cachorro chamou a atenção, não pelo que o bagunceiro estava fazendo, mas por uma cena que surgiu logo adiante,um rapaz envolto em um pedaço de papelão e uma garrafa de cachaça ao lado.

Ao avistar de sua janela tal cena, Zé Luiz não pensou duas vezes, desceu e uma blusa de frio, mais um cobertor levou para aquela pessoa.

Estas pessoas que na rua dormem, conhecidos como moradores de rua, já se tornaram parte de um cenário triste que já acostumamos.

Como assim já acostumamos? Ver pessoas ao relento e o pior que cada dia aumenta mais.

Estes vagantes por nossas ruas, são pessoas que perderam a identidade de uma sociedade que deveria prover a todos de casa, comida e trabalho,mas que ao contrário tem aprofundado um sistema em que cria um mundo dos excluídos.

Olhar cenas de homens e mulheres dormindo na rua e não se indignar significa que estamos perdendo a humanidade.

A propósito do nosso Zé Luiz, seu gesto demonstra esperança, pois o que fez, fez sem querer aparecer, faz isso como compromisso cristão.

Comprometer se com o menor dos menores deveria ser a prática de todos, isso se chama santidade, isso é ser humano.


Aldeir Ferraz

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