quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

TÁ RUIM MAS TÁ BÃO

“Era uma sexta-feira, dia útil. O Brasil parou. Quem não estava em casa, estava na vitrine da esquina, nos escritórios.” Joelmir Beting sobre o dia do anúncio do Plano Collor.

O Brasil tinha um presidente eleito pelo voto popular,  depois de décadas de ditadura. Em meio a uma crise sem fim, o novo presidente apresenta um plano economico.

O período era conturbado, as pessoas compravam o essencial. Lá no armazém Ferraz a freguesia continuava firme e aumentando cada vez mais.

O momento era de situação dificil de crescimento, pois pegar dinheiro emprestado com juros altos era muito arriscado.

Naquele tempo, os juros eram diários, tinha gente que possuia uma caderneta de poupança por dia.

O pessoal ficava na praça 28 de Setembro só esperando o banco abrir para verificar o ganho com juros, havia muita agiotagem também.

Como dizia um agiota da época:
"Tá ruim , mas tá bão."

Mas o que tava ruim piorou naquela sexta feira. O Governo confiscou a Poupança do povo.

Com o dinheiro preso, veio o pânico. Nesta situação surgiu uma oportunidade para o armazém Ferraz.

No confisco, os bancos liberavam dinheiro para pagamentos de dividas e uma pequena parte poderia ser sacada. 

O Plano Collor I limitou os saldos e saques a NCZ$ 50 mil (cruzados novos) com a retenção do saldo restante por 18 meses, sob correção e juros de 6% ao ano.

Como naquele final de semana tinhamos muitas  contas á pagar, alguns poupadores com dinheiro confiscado resolveram os seus problemas, resolvendo os nossos.

A desconfiança no sistema bancário passou a ser grande e muita gente passou a deixar suas economias no armazém Ferraz, com juros minimos e até sem juros.

Considero aquele momento uma guinada nos negócios.

O que tava ruim ficou bão.

Aldeir Ferraz




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