terça-feira, 19 de janeiro de 2021

SIMPLICIDADE

 Um armazém dos mais simples e pobres, era assim a freguesia do Ferraz.

Era o povo da roça, os cortadores de cana, o pessoal da Tia Velha, Filipinho, Alto da Boa Vista, enfim de todos os lugares e com o jeito de ser da simplicidade.

Falava se o mineirês do interior na hora das compras e com toda dificuldade da vida, buscava se um tom de alegria que aliviava.

Paraguai, um homem trabalhador das roças do Corrego das Pedras, junto com seu amigo Tibúrcio já chegava cantando, ele era violeiro:

" Ah se Deus me ouvisse mandasse pra mim, 02 kg de carne, 01 kg de toucinho...."

Sr Anésio lá das bandas de Guiricema, chegava com seu embornal e um saco nas costas e fazia suas comprinhas, dizia ele que dali iria no açougue do Paulo Rosa só para  ver as carnes e em casa mandava o angú pra barriga pensado nelas, vontade ele tinha de comprar as carnes, mas a policia não deixava. A policia era o bolso dele.

O Fidélis lá do Bom Jardim, com sua filharada e netos, fazia questão em dizer que na sua casa, apesar da pobreza, onde comia 10, também comia 12 0u 13.

Dona Emésina, fazendeira viúva se São Geraldo, chegava com seus queijos embrulhados em panos pra vender, a mulher era muito brava, Marquinho passava aperto com ela.

O Gentil Ferreira com sua mão grossa, de homem retirante de leite, fazia questão de apertar a mão da gente, era de doer.

E os palavriados do povo eram um jeitão simples mesmo:

Me dá um kidiarroz, kidifeijão, uma fubarina,  meia de karosene, um sabão curinga, um sale, dois ioio, fumodirolo....


Aldeir Ferraz

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