quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Lágrima


Dizem que uma lágrima sintetiza muito daquilo que somos;
Seja a  que escorre em um rosto de pele liza como uma pétala, seja no  rosto já cheio de rugas que não esconde a idade.
Na verdade nos revelamos humanos, aliás mais do que humanos, nos revelamos como alma, como centelha de algo divino.
Quando dos olhos que se apertam surgem  uma onda que encharca o rosto, tudo se expõe, mesmo os que tem dureza de coração.
A lágrima se revela na descrença em meio a um caminho árduo, quando a esperança se faz distanciar, ela te alivia, te  limpa da quase cegueira e segues  adiante;
A lágrima desperta  nos amores que se foram, dos amores que  findaram, dos amores que apenas saudades deixaram;
A lágrima emerge da dor de quem luta em um leito contra a morte, de quem já não encontra na terra o consolo e que espera a luz que trará a eternidade, a paz;
A lágrima também surge  na alegria de uma conquista, de uma vitória, da inocência de  vislumbrar  uma flor.
Elas caem sim, as lágrimas correm e chegam a desaparecer em um lenço ou na mão tremula  e aflita.
Mas quando tocados somos com uma mão amiga que seca o rosto, nossa alma se aquieta, se consola e uma paz surge.
 E toda lágrima paralisada por uma mão amiga é como um arco íris espiritual, de um lado o espirito acolhido e do outro lado no final o espirito  acolhedor.

Aldeir Ferraz

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