A vida de açougueiro não é fácil, acorda cedo e recebe o boi e o porco abatido e logo tem que desossá-los e separar todas as peças de carne que devem ficar prontas para freguesia.
Com as portas abertas do açougue já tem que estar a postos com a roupa limpa para atender a todos e olha que tudo tem de ficar limpinho antes,durante e depois.
Esta é a rotina do Tiãozinho açougueiro, sujeito simples, boa pinta e trabalhador.
Neste ritimo de vida, claro que o nosso Tiãozinho acaba tomando umas depois do expediente e é desde cerveja, passando por uma cachaça, indo nos goles de uma catuaba, até leite de onça o caboclo encara, sem contar os torresminhos engordurados.
O boteco do Pão com Salame é o que ele frequenta, onde encontra muitos amigos e colegas de trabalho e lá além dos goles, rola os bate papos e brincadeiras.
E brincadeira a turma gosta e nosso açougueiro é meio que o chefe da farra.
Mas um dia uma brincadeira quase que deu B.O. , pois escutem essa:
Já era noite e Tiãozinho tinha ido em casa tomar um banho depois do termino do trabalho com a promessa de voltar pra molhar a palavra com os amigos. Ele se aprontou rápido e retornou de moto e quase chegando para o encontro avistou enfrente ao boteco do Pão Com Salame, o fusca que estava com portas abertas do seu compadre Geraldinho que também o aguardava na cachaçada.
Resolveu então aprontar uma, estacionou sua moto bem afastada do boteco e como estava frio, ele vestia uma blusa com capuz e logo cobriu a cabeça seguindo em direção ao carro e como um ladrão entrou rapidamente para dentro do fusca, mas aí que danou, alguém lá do boteco viu e deu o grito:
- Pega ladrão, tão roubando o fusca do Geraldinho!
E aí foi a correria pra cima daquele homem com capuz que não teve tempo de falar um "a", pois o Geraldinho juntou de gravata o falso miliante que estava com o rosto coberto e coitado nem bufar conseguia.
E toma chute, toma pisão e soco de todos ´até que já caído no chão o seu capuz se desprendeu da cabeça revelando o Tiaõzinho açougueiro.
As primeiras palavras depois da coça e folego liberado foi:
- Oh gente era brincadeira, pqp!
Os amigos então viram o mal entendido e lhe pediram desculpas pelo mal jeito e tranco que ele levou e um deles disse:
- Tiãozinho toma uma cachaça pra sarar!
E o nosso surrado apenas falou:
- Me dá é uma água, estou tremendo até agora, nunca mais brinco na minha vida.
E assim foi aquela noite, um coro pra ninguém botar defeito e muita cachaça pra rir daquela trapalhada.
Aldeir Ferraz
Nenhum comentário:
Postar um comentário