quinta-feira, 18 de junho de 2020

A ORIGEM


A história do casório entre nossos pais, Dalica e Zé Ferraz, a contextualização da época se faz importante para que possamos compreender o que se passou no período.

Os costumes dos tempos atuais diferem muito dos longínquos tempos do século passado.

Visconde do Rio Branco final da década de 1950 e início de 1960 tinha uma população com cerca de 24 mil habitantes com uma economia voltada para a cana-de-açúcar e boa parte da população encontrava-se na zona rural.

O censo informava que haviam cerca de 4742 famílias, sendo 3701 com cônjuges, ou seja, haviam famílias que a sua frente faltava o esposo ou a esposa, certamente por viuvez ou alguma separação.

Destas 4742 famílias o chefe da casa, como era entendido na época, era 4071 homens e 671 mulheres, dados encontrados no IBGE.

Neste contexto a família da nossa mãe fazia parte do grupo menor com o chefe da família sendo a nossa Vó Jovelina que conduziu a criação de sua prole como viúva.

Os filhos e filhas foram crescendo e constituindo família e a caçula da casa, Dalica não poderia ficar para trás.

As mulheres tinham os seus afazeres domésticos e os homens ficavam com a lida do campo. As festas e encontros tinham a predominância religiosa. Rezas, quermesses, casamentos, batizados eram os pointes que promoviam o maior conhecimento entre as pessoas.

Para que acontecesse um namoro, noivado ou casamento, a interferência de um terceiro era o costume, ou seja, quem fazia o pedido ao pai ou a mãe da moça era alguém de renome na comunidade.

Já o Zezé, nosso pai, filho mais velho de uma família também grande, que lidava para sobreviver com o que produzia da terra, tinha os seus compromissos junto ao seu país, nosso avô materno.

Família grande naquela época era importante pois mão de obra era fundamental, quanto mais filho, mais trabalho, mais produção.

Muito religioso e trabalhador, Zé Ferraz (o Zezé) tinha uma bicicleta que após a lida sempre estava nas rezas e quermesses.

Estas duas famílias se encontraram em matrimônio por duas vezes. Esta parte conto no próximo texto.


Aldeir Ferraz

Um comentário:

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