domingo, 10 de maio de 2020

AS MÃES DO MUNDO E A MIMHA MÃE

Todo mundo tem uma mãe. Elas estão presentes em nossas vidas até antes do nascimento e mesmo na eternidade continuam próximas a nos proteger.
Os olhos de uma mãe sempre brilham diante do filho. Mais que um gesto de amor é uma forma de transmitir energia, de trazer paz. É muito mágico quando um recém nascido chora e de repente no colo da mãe e olho e no olho, o pranto cessa.
 Depois que crescemos essa ligação de filho com mäe continua. Quantos de nós já passamos por aflições e tivemos a energia materna para nos amparar?
Cada um teria um caso, mil casos pra contar de mãe pra filho, de proteção, de afeto, de carinho....
Vejo mães nas portas das cadeias, nos hospitais, nas escolas, nas ruas, aonde quer que um filho esteja, estão ali.
Não precisa dizer que é necessário valorizar esse ser. Pare um minuto e faça uma reflexão sobre a história de sua mãe. Mesmo distante, mesmo que algumas lágrimas escorram, encha seu pulmão de ar e diga com orgulho : Essa minha mãe!
A minha mãe, falar dela precisaria escrever um livro. É uma vida de luta, superação, humildade e principalmente fé.
É uma coisa impressionante a fé da minha mãe. Quando penso que a luz do túnel se findou, sempre a sua luz ilumina meu caminho e sigo.
Às mães do mundo e a minha mãe desejo eternidade. Pra mim todas são imortais, mesmo frágeis, são eternas, mesmo que ausentes, são a luz das nossas vidas, mesmo se estamos na escuridão.
Viva! Viva nossas mães, aonde quer que estejam.

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 7 de maio de 2020

COLO DE DEUS

Sabe meu Deus. Nem sei por onde começar. Estou com uma sensação de que tá tudo errado, melhor dizendo quase tudo errado.
Eu aqui no seu colo, porque hoje estou precisando dele, queria tirar um tempo para as lamentações.
Sei que com Você,não vou ouvir um "e daí". Aqui no meio de nós, ditos humanos, ouvimos o "e daí" direto e reto.
Já estou me sentindo um estranho diante a sua criação. Os pássaros que celebram a vida todos os dias, a chuva que cai fina, o Sol que aquece, a água que mata a sede, o verde das arvores e as plantas que nos alimentam, tudo isso cumprindo o seu papel e nós aqui só complicando as coisas.
Tem morrido muita gente, outros estão perdendo renda, alguns até caindo em depressão e a resposta simples pra tudo isso teimamos em não buscar. Empatia, isso mesmo, nega-se isso.
Sabe, aqui a justiça ainda prática a injustiça, temos gente ruim nos governando, claro que tem as excessões, mas estes já estam se cansando.
Tá danado. E eu aqui ofegante a lhe falar, talvez coisas que já sabe, mas preciso desabafar.
Estamos como ratos presos em uma caixa, com olhos vedados, um engolindo o outro.
Fico pensando que a humanidade definitivamente deu errado. Não aprendemos com erros e mais erros que cometemos ao longo da história.
Mas é isso aí, temos que tocar a vida e tentar consertar isso tudo.
Obrigado por me ouvir e desculpa pelo tempo que te tomei. No mundo todo existe tanta gente precisando da sua ajuda e aqui neste país, sei lá se é país ainda, te levando a insatisfação.
Valeu! E espero, um dia, poder voltar a seu colo pra falar de alegrias.

Aldeir Ferraz

quarta-feira, 6 de maio de 2020

COMETA HALLEY, EU VI

O ano de 1986, ainda não tinha completa 14 anos e um evento aguçava a curiosidade de todos. A passagem do cometa Halley, que surge de 75 em 75 anos, mobilizou a meninada da época.
Os antigos do inicio do século relatavam o temor de um fim do mundo, uma ira de Deus. Já nesta última passagem, esse temor estava descartado pelo menos pra maioria.
Lembro-me que estava na rua, com os amigos de brincadeiras do bairro,com pedaços de cacos de vidros olhávamos por ele em direção ao céu. Com muita dificuldade pude avistar uma pequena bola com uma espécie de rabo incandescente.
Foi aquele momento o comentário da semana, pois os filhos dos ricos em suas ostentações corriqueiras, diziam maravilhados,que da cobertura de suas mansões avistaram o cometa por telescópios.
Ali começava a entender que o horizonte tinha limites pra uns e o infinito era pra poucos.

Aldeir Ferraz

terça-feira, 5 de maio de 2020

MEDOS

"Não me fale dos seus medos, eu conheço por inteiro as suas fantasias..."assim é parte do canto Estrelas de Oswaldo Montenegro.
Uma bela canção que particularmente me leva a viajar em um céu escuro, cheio de estrelas.
O medo é um tabú que enfrentamos em nossa existência, pois poucos de nós temos a coragem de falar dele. Talvez pelo fato de vermos medo como o inverso da coragem.
Quem não é corajoso demonstra fracasso. Assim pensa nossa sociedade.
Os especialistas do capitalismo dizem que só os fortes sobrevivem. Os machistas falam do medo como coisa de mulherzinha.
Medo é uma vergonha e muitos se aventuram a não tê-lo.
Arrepende-se por isso, morre-se por isso, mas ao contrário quando o medo te segura, também fica a sensação de que podia ter seguido, podia ter feito.
Lidar com o medo pode nos ajudar a pensar os nossos passos.
Em tempos de incertezas, não tenha medo de ter medo. Faça disso uma atitude de prudência. Se algo é desconhecido, como o virús que nos ataca, o medo nos ajuda na proteção.
Pelas marcas que nos deixa a ausência de som que emana das estrelas,pela falta que nos faz a nossa própria luz a nos orientar...( salve Oswaldo Montenegro).

Aldeir Ferraz

domingo, 3 de maio de 2020

DIA DA SANTA CRUZ

 O dia 03 de maio possui uma tradição antiga de se enfeitar a cruz. Ainda muita gente segue este costume. Pequenas cruzes e cruzeiros são coloridos por papel de seda com muita criatividade.
Não tenho uma cruz aqui em casa, mas tenho muita recordação e algumas histórias sobre este gesto.
Quando pequeno, de férias na casa de minha avó materna, na comunidade de São Francisco, em uma estrada pra mim desconhecida avistei um enorme cruzeiro fincado no alto de um monte. Em volta dele muitas pedras. Estava enfeitado, era o dia da Santa Cruz. Paramos na sua frente e depois de rápida oração seguimos.
Com os cachorros puxando a fila atravessamos um pequeno riacho de pedra e eu no caminho não tirava da cabeça a curiosidade: Qual o significado daquela cruz na beira da estrada.
Minha vó durante o trajeto contou então um caso que revelava o motivo desta cruz. Ali, na beira daquela estrada, uma familia havia morrido de fome.
Fiquei agoniado com aquilo, aquele cruzeiro de madeira, pra mim apartir daquele momento passou a ter vida.
Comecei a imaginar o sofrimento de alguém que morre de fome, que morre pelo abandono, que morre em meio a fartura sem poder usufruir dela.
A cruz não é uma fantasia, uma imaginação, ela possui vida.
Diante dela podemos enxergar o mundo que construimos de exclusão e diante dela temos o dever de revertermos essas situações de mortes.
Enfeitemos nossas cruzes com as cores da esperança, com as cores da caridade, do amor ao próximo, da empatia.
Que a cruz da beira da estrada não seja o fim de um caminho, mas o começo de um mundo casa de todos.

Aldeir Ferraz


sexta-feira, 1 de maio de 2020

TEMPO DE APRENDIZAGEM



O armazém do Tio Jesus era mais do que o comércio, era ali um lugar de muita vida.
Cheguei a trabalhar com ele já no final, próximo de sua aposentadoria e deixou me um ensinamento:
" O freguês tem que sair daqui embrulhado e amarrado."
Logo após sua aposentadoria nos deu a oportunidade de seguir tocando o seu negócio de décadas.
O Supermercado Ferraz é filho do Armazém do Tio Jesus que por décadas cativou muita gente..
Até hoje temos clientes de 50 a 60 anos não de idade, .mas de fidelidade ao que lá atrás nosso tio ensinou.
Embrulhar e amarrar era o que faziamos nos tempos que nem sacola existia. O embrulhar e amarrar ensinado por ele, na verdade era o atender bem, para atender sempre. Ter sempre a empatia com cada um que entrava no armazém do Jesus e até hoje procuramos seguir assim no Supermercado Ferraz.
Sua vida aqui na Terra é um exemplo e um orgulho para todos nós que tivemos a felicidade de conviver com ele.
Voa Tio Jesus! Tenha certeza que contribuiu de forma generosa com nossa familia e com todos os que tiveram a honra de sua companhia.

Aldeir Ferraz

DEUS OPERÁRIO

Estranho dizer que Deus é um operário, um trabalhador, um peão. Ouvi de um padre isso, Deus Operário.
Sempre nos condicionamos a imaginar um deus todo poderoso, intocável e distante dos nossos olhos, impossível de enxergá-lo. E assim não percebemos sua presença bem perto da gente.
No dia dos trabalhadores e trabalhadoras, ter a consciência de que nosso Deus é operário , é peão, é o cara de mãos calejadas e pés cheio de bolhas, nos fortalece na luta.
Não temos o capital como muitos poderosos têm, temos apenas o nosso corpo e a vontade de trabalhar. Vivemos dos riscos de ficar sem trabalho, ficarmos sem o sustento, como tantos e tantas que hoje assim estão.
O trabalho é divino e negá-lo, como a sociedade impõe, para apenas viver da expeculação, é de fato excluir, desempregar nosso Deus.
Saudações a todos neste dia de reflexão sobre o trabalho.
Viva o dia do trabalhador e trabalhadora.

Aldeir Ferraz

Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...