terça-feira, 21 de julho de 2020

UM MINI CEASA PARA UBÁ E REGIÃO


Com a implementação do Banco de Alimentos na cidade de Ubá, na Administração do Vadinho, novas politicas voltadas para a agricultura começaram a se desenhar e uma luz neste importante setor passou a se evidenciar.

A feira agroecológica que ainda hoje está em atividade é um exemplo que tem dado passos importantes em relação a segurança alimentar em nosso município.

A aquisição de produtos do pequeno agricultor para escolas, creches e entidades da assistência social tem também sustentado a economia rural.

A feira municipal, já antiga e tradicional, um patrimônio municipal que aos domingos e quartas-feiras, também é um importante espaço econômico (neste período de pandemia com restrições ao galpão da feira).

Nossa região ainda persiste uma economia importante de produção no meio rural e isso pode nos ajudar a superar a crise no pós pandemia.

Temos em Ubá, como em outras cidades vizinhas pequenos e médios comerciantes atacadistas que buscam em Belo Horizonte e Juiz de Fora, frutas, legumes e verduras para serem negociadas no varejo daqui.

Na outra ponta ou no ínicio desta ponta o produtor rural da região vende para as centrais de abastecimentos de BH e JF.

O que podemos diagnosticar é que muitos produtos negociados pelos atacadistas e vendidos aqui são de produções locais.

Mexerica, banana, manga, laranjas, pimentão, abóbora,cebola, batata, verduras diversas .. Tudo isso e muito mais podem ser vistos em nossa zona rural, mas também podemos ver áreas sem produção, ai que podemos enxergar as oportunidades.

Um arranjo local com apoio da Prefeitura pode abrir espaço para o crescimento econômico e geração de emprego e renda.

Se tivéssemos aqui um posto de comercialização, um mini CEASA, certamente poderíamos elevar o patamar de desenvolvimento deste importante setor que é a agricultura.

Estou falando de milhões de reais que podem girar nossa economia e se focarmos nisso haveremos de criar mais um importante polo.

Vale a idéia, vale a defesa deste caminho.

Abraços

Aldeir Ferraz




sexta-feira, 17 de julho de 2020

CHICO ENCONTRO E PARTIDA

Macacooo! Ecoou o grito no meio da mata. Das árvores os bandos se esplaram em fuga. Da espingarda do caçador uma bala dispara e derruba de cima de um galho uma mamãe macaca. Foi fatal, seu corpo estirado no chão e junto a ele o seu filhotinho que ainda amamentava no peito daquele ser já sem vida.
Aquele homem sem piedade colocou sua caça no ombro e seguiu. O pequeno macaquinho foi junto, grudado em sua mãe.
No Marajó no fim da tarde, quem teria que pegar o barco para o continente já se aglomerava. No esbarra daqui,esbarra dali, Rômulo se depara com o caçador e aquela cena do filhotinho de macaco junto ao cadáver de sua mãe, lhe toca. Não pensou duas vezes. Pediu para que ficassse com o pequeno orfão. De coração ruim, o caçador só aceitou a entrega mediante a paga de R$50,00.
Rômulo pagou e pra casa levou aquele serzinho que passou a chamar Chico.
Chico cresceu e virou da familia, econtrou um lar depois da dura partida de sua mãe. Andava de moto, comia na mesa junto com todos, dividia a cama com seu protetor.
Mas a vida é cheia de encontros e desencontros e um dia Rômulo precisou se mudar. Em busca de trabalho já não podia ficar e também seu amigo não podia levar.
Chico foi levado para um outro lar, até que um dia pudesse reencontrar seu amigo Rômulo.
Rômulo não podia levar seu Chico na mala, mas carrega ele no seu coração, na sua memória e também em uma tatuagem que mandou fazer daquele que um dia encontrou e ficou marcado pra sempre na sua vida.

Aldeir Ferraz

terça-feira, 14 de julho de 2020

BARULHO

Madrugada e ele olhou para despertador após acordar palpitante, eram 03:00 da manhã.
Acordou com um barulho. Mas que barulho era aquele? Rodou pela casa, abriu a janela, olhou a rua vazia, nada, nem uma alma vagava por perto.
Estranho! Volta para a cama e sua esposa dormia, seus filhos também. Deitado tenta fechar os olhos e voltar a dormir,mas arregalá-se com um olhar para o teto do quarto. Um zunido que não era de inseto começa a surgir e um girar estonteante toma sua cabeça.
O barulho que o acordara vinha de dentro, sua mente estava pertubada naquela noite.
A insônia surgida te provocava incômodo e nada fez-lhe acalmar.
Pensava, pensava e se perguntava, o que te fez se incomodar?
A divida que não cessa? O emprego que está por um triz? O país sem esperança? Os desamores da vida?
Oh! Noite cruel. Oh! dia que não chega.
Ele precisava se libertar daquilo tudo, parecia que iria explodir.
Foi ao banheiro, ligou o chuveiro e chorou. Suas lágrimas escorriam junto com as gotas do chuveiro para o ralo.
Saiu desconsolado para a sala e sentou no sofá, distante de tudo de repente começou o seu corpo a esquentar. Uma calma logo lhe surgiu. O que aconteceu? O que fez lhe acalmar.
Sim! Foi isso mesmo, um abraço, vários abraços. Naquele momento ali estava junto a ele sua familia para lhe apoiar.

Aldeir Ferraz


sexta-feira, 10 de julho de 2020

UM PRESENTE PARA O FUTURO

Fui provocado por um leitor assíduo de meus textos a escrever sobre um presente para o futuro e neste mesmo momento recebi uma fotografia antiga de meus avós paternos, enviado por minha irmã. Ao iniciar a construção da idéia na minha cabeça, vejo uma frase em uma página na rede social de uma pessoa que muito admiro e lhe tenho amizade. Estava escrito lá: " Havia mais futuro no passado".
Olhando a fotografia começo a refletir sobre os costumes da época e comparar com a realidade e a conclusão é rápida, tudo mudou muito. Penso que algumas situações estão até melhores que antes, mas também outras não.
Mas o meu propósito não é fazer comparação e sim dar a resposta de qual presente que temos para o futuro. Nada melhor nesta questão do que buscar no passado qual o presente que desfrutamos no presente agora.
Meus avós paternos,  recém casados deixaram a foto de uma viagem após casamento a Juiz de Fora e nesse passeio imagino que jamais poderiam prever a grande familia que hoje existe. Claro que diante do padre juraram muitas coisas e entre elas enfrentar tudo na vida juntos.
A familia cresceu, se multiplicou e cada um foi para o seu destino. Ninguém dos herdeiros deste casal levaram contigo fortunas materiais, pois meus avós não possuiam grandes posses, mas levaram para suas histórias o que aprenderam com o ensinamento que tiveram que são os principios e valores do bem.
Talvez a resposta que posso dar hoje sobre qual o presente podemos dar para o futuro seria o que os meus avós deram. Continuar a trilha do bem é o que devemos para as próximas gerações.
Espero que daqui a uns cem anos alguém possa dizer de uma fotografia de hoje, eles deram a bondade e o amor, presentes que nunca se acabam.

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 9 de julho de 2020

UM BOM DIA

É comum diariamente recebermos uma saudação de "Bom dia".
Este desejo do próximo para conosco pode provocar uma mudança no seu dia a dia, ou seja uma energia que te conduzirá até ao entardecer.
Essa coisa de um bom dia depende muito do que estamos determinados a fazer? Podemos dizer que sim e também acrescentar a necessidade de uma força maior que nos energize.
Creditamos a Deus a força positiva que recebemos quando tudo dá certo e isso é bom, pois temos aí a consciência da sua presença.
A força de Deus é bom lembrar que é enviada a todos nós, todos os dias, mas como explicar os dias ruins? Ausência de Deus? Penso que não. 
Deus está sempre presente, a questão é que nem sempre nos fazemos presentes.
Entender a nossa conexão com Deus e o universo pode ajudar a explicar isso. Somos parte de um grande universo conectado, ligado vida por vida.
Haverá sempre bons dias e dias ruins, temos que compreendeer isso e celebrar o que acontece de positivo e adquirir experiência com o negativo.
Viva os bons dias! Tenhamos um bom dia! Vamos a vida.

Aldeir Ferraz



terça-feira, 7 de julho de 2020

ASSOMBRAÇÃO



A reza já havia se encerrado na capela e na venda a beira do balcão a moçada  terminava a última prosa com os mais velhos do arraial.
O balconista enchia o meu copo com o litro de cachaça que se esgotava daquela noite.
Deixei a Venda com o dono fechando as portas, já não tinha mais ninguém na rua.
Montei no meu cavalo e segui a estrada rumo a minha casa e no caminho fui deixando as úlimas luminárias dos postes para trás, somente a poeira e o trote do meu cavalo me seguiam.
O vento frio que entrava por dentro de minha roupa fazia com que apertasse o passo pensando na coberta quente que me aguardava.
O silêncio da estrada se contrastava com as matas e canaviais se movimentando com a ventania.
Uma pomba trucal rompe de um tronco caído e seu vôo rasante provoca uma aceleração nas batidas do meu coração.
As palhas do canavial não cessavam seu barulho de movimentação.
Aquela estrada, aquela noite, tudo parecia ter olhos e respiração.
A cada metro seguindo era arrepiante.
Em uma curva passa de galope um pequeno animal que não consegui identificar, mas certamente ele estava assustado como eu, a demora de chegar já me incomodava.
Os pensamentos me incomodavam.
Eis que em uma reta lá de longe uma  árvore seca iluminada pela Lua fez com que meu cavalo parasse,  ele se assustou, algo de estranho tinha a nossa frente.
Insisti para que continuasse e devagar fomos aproximando, aproximando e notei   que algumas folhas de embauba que balançavam é que incomodaram o meu animal, ufa.
Passamos da árvore seca e uma coruja arregalou os olhos para nosso lado e lá no céu um pequeno meteoro rasgava a escuridão da noite.
Uma casinha velha na beira da estrada era minha nova aflição e ali conta os antigos uma velha senhora tinha morrido de fome ela sempre ficava parada ali pedindo comida.
Se o espírito dela me abordasse, não teria nada para oferecer.
Cutuquei o  cavalo e passamos disparado no local e o pavor era tanto que rezava sem parar e olhando de lado acho que cheguei a vê la.
Finalmente  em casa, aliviado após horas que pra mim foram seculos e aos poucos comecei a  refazer dos medos.
Ainda bem que assombração não existe, não é mesmo?
Aldeir Ferraz

segunda-feira, 6 de julho de 2020

O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO VOCÊ CRESCER

Uma ação de fiscalização no Rio de Janeiro para coibir aglomeração em bares e evitar a contaminação pelo COVID19, chocou muita gente.
Um fiscal foi desacatado ao fazer o seu trabalho. Ao tentar explicar a um casal que questionava a operação, educadamente chamou o homem de cidadão. A mulher retrucou e disse que sua companhia não era cidadão. Era engenheiro civil, melhor do que ele.
Essa agressão arrogante demonstra o tamanho do poço em que estamos.
Este poço sem fim está cheio de um lamaçal daquilo que nós produzimos como sociedade.
Somos forçados desde pequenos a sermos alguém. Médico, engenheiro, advogado, enfim tem que ter "DR" pra ser alguém.
Esse ser alguém, acaba formando pessoas arrogantes, com narizes empinados e dá no que dá.
Não estamos formando cidadãos e cidadãs e o futuro de nação cada vez mais se compromete.
É preciso ter a ciência do nosso papel na construção da sociedade, o que somos nela, seja doutor ou garçom não te faz mais ou menos. Todos temos nossa importância, apesar dos abismos da renda de cada profissão.
Somos gota d'água, somos grão de areia e como tal precisamos sempre nos amar como se não houvesse amanhã.
Menos arrogância, mas humildade por favor.

Aldeir Ferraz

Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...