quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
TÁ RUIM MAS TÁ BÃO
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
A COISA FICOU FEIA
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
TEMPOS DE MUDANÇA
1986 foi um tempo de mudança ou uma mudança de tempo, como queiram avaliar.
O presidente era o Sarney que assumiu com o falecimento de Tancredo Neves que seria o primeiro presidente pós ditadura.
Sarneiy lançou o Plano Cruzado que substituiu a moeda Cruzeiro pelo Cruzado.
Foi um cruzado na inflação da época que estava altissima e foi derrubada.
Dilson Funaro foi o ministro responsável pela economia que comandou o plano que tinha como básico o congelamento dos preços.
No principio foi bom e como estávamos começando o armazém Ferraz, isso ajudou muito, mas não durou 06 meses para surgirem os problemas.
Começaram a faltar produtos, até o sal desapareceu.
Os fornecedores alegaram custos de produção para a falta, pois o preço tabelado dava prejuizo.
Surgiu então o ágio. Se quiséssemos ter a mercadoria, seria necessário pagar por fora um valor a mais.
Surgiram os fiscais do Sarney, incentivado pelo presidente para coibir os ágios.
Os comerciantes eram tratados como vilões, a coisa dava até caso de polícia.
Existia produtos como o óleo de soja, que era preciso pagar adiantado para ter, uma marca famosa naquele tempo era o óleo soja Heloisa.
Passamos por esta fase, mas outras vieram.
Aldeir Ferraz
domingo, 24 de janeiro de 2021
OS PRIMEIROS FREGUESES
O imóvel onde funcionava o armazém do Jesus Cardoso e do Luis Monteiro foi divido em dois.
O lado maior ficou com o Luis Monteiro e o menor coube ao Armazém Ferraz.
No ínicio da preparação do espaço para a inauguração, os primeiros fregueses já surgiam.
Dona Ivone de Mello, uma professora aposentada, moradora do Bairro São Jorge já logo entrou no armazém, ainda mal tinha mercadoria nas partilheira, entregou uma lista e disse:
"Quando tiver os produtos, separa e entrega lá em casa".
A generosidade dela teve um misto de incentivo e confiança, com isso fez com que a vontade de trabalhar tomasse conta do nosso corpo e alma.
Era toda a semana que Dona Ivone encaminhava sua lista em uma folha de caderno. A escrita era perfeita, letra bonita.
Outro freguês que foi pioneiro e nos incentivou muito era o Fidélis, um senhor negro, baixinho, sempre com um chapéu na cabeça, cigarro de palha ora atrás da orelha e outros momentos na boca esborrifando fumaça, sempre carregava um isqueiro antigo que funcionava com pavio e querosene.
Quando chegava, já alegrava o ambiente. Lembro até hoje da primeira venda que fiz pra ele.
Cinco pacotes de fumo 02 irmâos e 02 barras de sabão coringa.
E assim foi surgindo a clientela, muita gente da roça, muita gente da cidade, muita gente que ajudou no crescimento desta história.
Aldeir Ferraz
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
QUEROSENE
Já bebi muito querosene no armazém Ferraz. Quem começou lá no inicio não escapou desta situação.
Era um tempo em que a eletricidade não havia chegado para todos, principalmente na zona rural, então as vendas de lamparina, pavio de algodão, camisinha de lampião e o querosene eram constantes.
O pedido no balcão era direto, com uma garrafa ou galão na mão já sabia-se que o freguês queria o querosene.
O problema é que para tirar o querosene do tambor precisava de usar uma mangueira e chupar o líquido para fora.
Tinha momento que a puxada era tão forte, devido a pressa e uma parte seguia direto pra garganta.
A turma antiga falava que o querosene ajudava mudar de voz.
Era um tal de falar fino no final do dia, que só Deus vendo.
Aldeir Ferraz
SOBREVIVÊNCIA
Essa viagem no passado, que tento resgatar a história dos 35 anos do Supermercado Ferraz, de fato é rica de lembranças, claro que muita coisa se perde na memória, mas aquilo que vamos resgatando dá até pra suspirar.
E lá no ínicio, na época que o Ferraz era armazém ainda, suspirar não dava tempo, a vida era intensa.
Os negócios no balcão não eram apenas mercadorias pra lá, dinheiro pra cá. Existia as trocas, os escambos.
Tinha muita gente que produzia algo que trocava-se pelo que necesitava em casa.
A Dona Aparecida que fazia esteiras de taboa era um exemplo.
Sua familia passava dias e dias entre os brejos, onde retirava as taboas e os terreiros para produzir as esteiras.
Quando tinha produção feita colocava um grande volume na cabeça e partia rua fora pra vender o seu trabalho. O peso na cabeça era grande, mas ela e a família tinham muita força e equilibrio.
No armazém entregava bastante produção, vendia-se muita esteira. Em tempos de chuva não conseguia produzir, pois o processo de confecção da esteira dependia de secar a palha.
Este desequilibrio fazia com que conseguisse pouco dinheiro e muita vezes a produção era a conta pra pagar o que comprava no fiado.
Mas era um povo guerreiro que nos honrava de tê-los como fregueses, com todo sofrimento, sempre demonstravam serenidade.
Aldeir Ferraz
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
BICICLETA DE CARGA
E a medida em que o armazém Ferraz se estruturava, surgiram também os fregueses que faziam compras maiores e que eram necessárias as entregas.
Não tinha um carro de entrega, havia duas bicicletas de carga, uma mais velha, outra mais nova.
Eram bicicletas resistentes e pra pilotar tinha que ter destreza e força.
Falando em força, a geografia riobranquense nos fazia adquirir um bom fisico, era muito morro pra subir.
O morro da escola normal, da chácara, os escadões, era coisa para atleta.
As bicicletas funcionavam com freio de contra pedal e quando tinhamos que descer os morros era garantido a segura, obviamente se não arrebentasse a corrente.
Existia locais que eram bem puxados para entrega, um deles era um escadão em frente a cadeia, dava mais de 100 degraus.
Um dos requisitos para entrega ali, era não reclamar, pois a freguesa chegou a trocar de vários comércios por isso.
A disposição sempre foi grande e enfrentava-se tudo com satisfação.
Algumas entregas tinha briga pra fazer, pois sempre tinha um cafezinho e um suco a espera do entregador.
Aldeir Ferraz
Vá na Fé Mestre Dão
O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...
-
Uma fonte de luz, é assim que defino Irmã Marisa em minha vida. Aquela pequena mulher, de olhar simples e que tinha seus passos firmes ju...
-
Muita gente não conhece,mas o Zé Pequeno conhece o Tanque Grande, lá no alto da Serra de Santa Maria em Visconde do Rio Branco, um lago enor...
-
O Jogo de Xadrez nos remete ao estilo de uma sociedade monárquica, onde peões, bispos, rei, rainha tem seu papel definido em uma batalha mo...