terça-feira, 25 de agosto de 2020
VENTO E ASA
E este vento que toca em mim, leva-me a buscar o horizonte em um vôo sem fim.
Vento que aguça os desejos, que liberta os sonhos e me mira o distante
Lá no distante que se encontra o que aqui não encontro
Hora ! Meus desencontros angustiantes renda-se aos ventos que me quer radiante
Não me queres estaca, me bate este vento que me entende como asa
Asa que rompe o espaço e se perde no infinito, se confunde com o que é azul
Que vida incerta que me prende e não me deixas seguir neste vento
Este vento que insiste que seja eu, uma eterna asa.
Aldeir Ferraz
domingo, 23 de agosto de 2020
ZÉ DA LUA E UTOPIA
Quem é Zé da Lua?
Zé da Lua são todos esses homens sonhadores que vagam mundo afora.
E essa tal Utopia do Zé?
Utopia é o mundo paralelo que o Zé tá sempre construindo.
Zé é um cara real que acorda cedo e vai para o trabalho. Em sua casa deixa tudo pra garantir tudo quando voltar.
Sua vida é muito dura, quase que precisa vender o almoço pra comprar o jantar.
O interessante no Zé é sua esperança. Mesmo quando as coisas não dão certo, não desanima.
O seu mundo paralelo te ajuda muito. Em Utopia realiza tudo o que no mundo real não consegue realizar.
Sua casa linda está lá! Mesmo que não tenha no mundo de cá!
Os seus desamores que guarda no peito, em Utopia são eternos amores perfeitos.
Aqui suas andanças sofridas são passados longínquos na bela Utopia que te faz viajar.
Em Utopia suas necessidades são supridas com seu trabalho e não tem este sufoco real de amargar.
O que tem de igual de um lado e do outro é o sorriso do Zé.
Quem dera todos nós tivessemos a Utopia do Zé, que mesmo distante sua real efetividade, traz uma vontade danada de sempre sonhar e saber que uma hora tudo vai alcançar.
Aldeir Ferraz
Zé da Lua são todos esses homens sonhadores que vagam mundo afora.
E essa tal Utopia do Zé?
Utopia é o mundo paralelo que o Zé tá sempre construindo.
Zé é um cara real que acorda cedo e vai para o trabalho. Em sua casa deixa tudo pra garantir tudo quando voltar.
Sua vida é muito dura, quase que precisa vender o almoço pra comprar o jantar.
O interessante no Zé é sua esperança. Mesmo quando as coisas não dão certo, não desanima.
O seu mundo paralelo te ajuda muito. Em Utopia realiza tudo o que no mundo real não consegue realizar.
Sua casa linda está lá! Mesmo que não tenha no mundo de cá!
Os seus desamores que guarda no peito, em Utopia são eternos amores perfeitos.
Aqui suas andanças sofridas são passados longínquos na bela Utopia que te faz viajar.
Em Utopia suas necessidades são supridas com seu trabalho e não tem este sufoco real de amargar.
O que tem de igual de um lado e do outro é o sorriso do Zé.
Quem dera todos nós tivessemos a Utopia do Zé, que mesmo distante sua real efetividade, traz uma vontade danada de sempre sonhar e saber que uma hora tudo vai alcançar.
Aldeir Ferraz
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
O CARA É DOIDO
De manhã, bem cedo, já virou hábito ouvir a mensagem do Padre.
É muito energizador.
Hoje pela manhã coloquei a mensagem para ser ouvida junto com um amigo que é bem sincerão.
O Padre apesar de perrengado e tossindo bastante fez a leitura do evangelho. Citou o capitulo e o versículo, mas esqueceu de falar do evangelista, sem problema, tava guerreiro com sua enfermidade, deu pra entender.
O evangelho relata Jesus contando a parábola do Patrão que chamou vários trabalhadores para sua vinha e no final pagou a todos o mesmo valor, independente de quem começou mais cedo ou mais tarde.
Tal atitude causou indignação aos personagens da história.
O meu amigo também ficou encafifado com a parábola.
— Esse Cara é doido, como pode querer igualar as pessoas?
Não é atoa que mataram ele! Se depender da nossa sociedade fica na cruz de enfeite, esse comunista! Conclui o meu amigo.
Achei interessante a sua reflexão, pois revela a nossa face.
O mundo do trabalho é de fato meritocrático. Não se faz do trabalho uma fonte de vida, mas uma forma de diminuir um diante do outro.
O mais forte, o mais doutor, o mais rico, o que só pensa no lucro, tudo isso não faz diferença em um eventual Reino de Deus. Os últimos sempre serão os primeiros e os primeiros sempre serão os últimos.
A lógica será sempre a vida em abundância para todos, por isso que não dá certo no tipo de sociedade que vivemos.
Aldeir Ferraz
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
JANELA
Escuro é o quarto quando a luz se apaga.
Nessas trevas que encontro meu descanso, meu repouso do corpo, meu repouso da alma.
Um terço do tempo que ali estou, desligado de tudo, me recarrego.
Apenas o que me liga ao mundo é a brisa que adentra pela janela e balança as cortinas.
Esta mesma janela que permite o contato exterior com meu instantâneo inconsciente é que matutinalmente me desperta.
Minha janela, sim, dela vibra a energia que me traz a calmaria e também o meu despertar.
Das frestas, os fachos de luz tocam meu corpo e milhares de pontos podem ser vistos a olho nu, como se fossem seres alados minúsculos depositando em mim todas as energias do mundo.
Ergo-me do meu colchão e logo permito a minha janela,rompendo seus trincos, que me apresente ao novo dia que chegou.
Minha janela, a anfitriã que me convida para mundo, que me chama dizendo que lá fora tem um futuro a desbravar.
Que venha o novo dia, todos os dias pela minha janela.
Que cesse os dias, todas as noites em minha janela.
Aldeir Ferraz
domingo, 16 de agosto de 2020
VELHA BENGALA
E o ponteiro do relógio gira, meu tempo avança.
Já não posso mais dizer que o tempo corre, aliás, já não corro mais, já não ando mais.
Preso a uma cadeira de rodas e com o corpo quase todo paralisado, resta-me memórias e a compaixão dos meus.
Memórias de caminhos agitados e tantos afazeres, era tanta correria que não dava conta.
Viver era o que mais sabia fazer.
Hoje meus passos esqueceram de mim e cá estou, tudo que é perto é distante agora.
Outro dia,na sala, sozinho com meus pensamentos, avistei bem no cantinho minha velha bengala. Antes do inicio do meu clausuro, era com ela ainda que lutava pra ficar em pé. Foi minhas últimas forças que compartilhei .
A velha bengala me acompanhou por um bom tempo, agora estamos encostados. Eu aqui, ela lá.
De vez em quando peço para segurá-la, tento firmar minha mão e me erguer, mas, nada.
Sabe, percebo que ela torce por mim, pois dela emana um sinal que parece dizer:
" Vamos você consegue, vamos caminhar juntos! "
E fico aqui agora com minha trilha sonora, junto a minha velha bengala, ouvindo a velha canção do Barrerito.
Meus passos onde estão os meus passos?
Que esqueceram meu corpo
Que é levado nos braços
Meu Deus um pedido eu queria fazer
Se um dia o senhor me atender
Devolva meus passos.
Aldeir Ferraz
Já não posso mais dizer que o tempo corre, aliás, já não corro mais, já não ando mais.
Preso a uma cadeira de rodas e com o corpo quase todo paralisado, resta-me memórias e a compaixão dos meus.
Memórias de caminhos agitados e tantos afazeres, era tanta correria que não dava conta.
Viver era o que mais sabia fazer.
Hoje meus passos esqueceram de mim e cá estou, tudo que é perto é distante agora.
Outro dia,na sala, sozinho com meus pensamentos, avistei bem no cantinho minha velha bengala. Antes do inicio do meu clausuro, era com ela ainda que lutava pra ficar em pé. Foi minhas últimas forças que compartilhei .
A velha bengala me acompanhou por um bom tempo, agora estamos encostados. Eu aqui, ela lá.
De vez em quando peço para segurá-la, tento firmar minha mão e me erguer, mas, nada.
Sabe, percebo que ela torce por mim, pois dela emana um sinal que parece dizer:
" Vamos você consegue, vamos caminhar juntos! "
E fico aqui agora com minha trilha sonora, junto a minha velha bengala, ouvindo a velha canção do Barrerito.
Meus passos onde estão os meus passos?
Que esqueceram meu corpo
Que é levado nos braços
Meu Deus um pedido eu queria fazer
Se um dia o senhor me atender
Devolva meus passos.
Aldeir Ferraz
sábado, 15 de agosto de 2020
O PREÇO
Como se Forma o Preço de um Produto
Desde adolescente tenho como principal ocupação o comércio alimentício, antigamente dizia-se comércio de secos e molhados.
Já passei por vários momentos de fase ruim e boa de vendas. Tempos de inflação e de estabilidade.
Em todos estes tempos percebia a movimentação que era feita no valor de um produto.
O correto de dar preço em produto deveria ser o custo da sua produção até entrega para o consumidor final, mais impostos. Mas outros componentes tem sido agregado a ele.
Investidores das empresas produtoras cobram o seu naco, a publicidade tem feito também o crescimento no custo e cada dia surge mais um fator alheio a cadeia produtiva elevando o valor.
Arrisco em dizer que um produto que custa um real pronto, o seu valor dobra com os pinduricalhos.
O interessante é que também existe o custo psicológico que pode elevar ou baixar um valor.
Este custo psicológico é formado por jogadas de boatos e analistas de plantão que fazem previsões economicas que nunca se efetivam, mas que faz seus estragos.
Tem muita gente que ganha dinheiro com isso.
E quem mais se ferra com isso? Advinha?
Aldeir Ferraz
Desde adolescente tenho como principal ocupação o comércio alimentício, antigamente dizia-se comércio de secos e molhados.
Já passei por vários momentos de fase ruim e boa de vendas. Tempos de inflação e de estabilidade.
Em todos estes tempos percebia a movimentação que era feita no valor de um produto.
O correto de dar preço em produto deveria ser o custo da sua produção até entrega para o consumidor final, mais impostos. Mas outros componentes tem sido agregado a ele.
Investidores das empresas produtoras cobram o seu naco, a publicidade tem feito também o crescimento no custo e cada dia surge mais um fator alheio a cadeia produtiva elevando o valor.
Arrisco em dizer que um produto que custa um real pronto, o seu valor dobra com os pinduricalhos.
O interessante é que também existe o custo psicológico que pode elevar ou baixar um valor.
Este custo psicológico é formado por jogadas de boatos e analistas de plantão que fazem previsões economicas que nunca se efetivam, mas que faz seus estragos.
Tem muita gente que ganha dinheiro com isso.
E quem mais se ferra com isso? Advinha?
Aldeir Ferraz
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
O USO DO CACHIMBO FAZ A BOCA TORTA
É bom que sempre possamos fazer a reflexão do tempo em que estamos vivendo e qual nosso papel neste contexto.
Estamos fracassando como sociedade e a deformidade evidente me faz remeter ao ditado popular:
“O uso do cachimbo faz a boca torta”
Estávamos acostumando a um cenário de desenvolvimento e crescimento da renda em passado recente, onde tínhamos um norte de nação focada no futuro, mas com o pé no presente, momento em que concluo que elevamos nosso grau de arrogância e as bases do avanço econômico e social degringolou.
Nesse ditado que citei, o cachimbo é a arrogância que começamos a usar quando o caminho estava belo e radiante, dava pra ver no rosto de cada um de nós brasileiros e brasileiras. Porém, agora que nos afligimos com um cenário de morte, onde uma pandemia vai nos adoecendo e matando, continuamos com o cachimbo da arrogância cada vez mais nos deformando.
O rosto de nossa sociedade está cada vez mais irreconhecível e não mudamos de jeito.
O discurso do novo normal virou hipocrisia, pois as atitudes estão fechando qualquer porta de razoabilidade. Se temos dois lados nesta história, tanto um como o outro esborrifam a fumaça do cachimbo que nos destrói.
Agora convivemos com alta de preços, queda na renda e o deus-mercado celebrando lucros exorbitantes.
No espelho da nossa consciência nos vemos agora como monstro com a boca cada vez mais torta.
Aldeir Ferraz
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