domingo, 5 de julho de 2020

O PRÓXIMO POR FAVOR

Bom dia! Boa Tarde! Boa Noite! Assim começa a missão de um operador e operadora de caixa no supermercado.
No chekout os produtos vão passando, entregue pelo casal recém casados. Item por item sendo registrados até finalizar tudo e realizar o recebimento do valor da compra.
Parece fácil, descomplicado, mas não. No caso deste casal que pela primeira vez juntos faziam compras, as perguntas eram constantes sobre os produtos, pois ainda não possuiam experiência e a operadora do caixa tinha que expor seu conhecimento dando dicas.
Outra pessoa que na fila estava,chega também com seu carrinho coloca os produtos para serem passados e puxa uma prosa. Conta sua vida, conta dos problemas e ouve os conselhos da nossa caixa. Sai satisfeita da compra após o bate papo e pagar pelo comprado.
Chega a seguir um senhor mau humorado, reclama da fila, do atraso no atendimento, do preço, do.... Destila todo seu desprazer de vida e a nossa atendente segue firme,mesmo com a úlcera em tempo de explodir com tamanha estupidez. Compra finalizada, aff! Segue a fila.
Assim é o ambiente de trabalho de um "caixa" que sai de sua casa para o trabalho tendo que deixar suas questões para trás e sentar em uma cadeira de frente a uma registradora e atender aos clientes.
No correr do dia surge de tudo e até mais do que relatei. Existe pessoas que chegam carinhosas, estressadas, os espertos que tentam dar golpes... Uma missão que precisa de super poderes.
Tudo isso no final do dia busca-se superar, mas talvez o que mais agonia a um operador de caixa é quando uma trabalhadora vêm com seus filhos fazer a compra do mês e na hora de passar os seus produtos necessários, o dinheiro não dá. É uma cena triste. Ter que devolver itens e ajudar aquela pessoa a concluir sua compra de acordo com sua pequena renda, requer muita empatia.
Se você for a um supermercado para suas compras, seja cordial com o "caixa", isso vai ajudá-lo a superar o dia com felicidade e esquecer por ventura algum espírito ruim que vez ou outra insiste em querer estragar o dia das pessoas.
Viva os nossos operadores e operadoras de caixa! Voltem sempre!

Aldeir Ferraz


sábado, 4 de julho de 2020

MINHA LEI, MINHA QUESTÃO

Sonho impossível, uma canção imortalizada por Maria Bethânia, que tem como um dos autores Chico Buarque nos leva a profundas reflexões.
É minha lei, minha questão... aqui neste pedaço da bela canção aprofundo meus pensamentos. Minha lei, como assim, minha lei, pois lei é um conjunto de normas impostas através de uma sociedade organizada, sendo assim neste contexto, não é minha lei, mas nossa.
Avançando na reflexão dá pra entender que além da lei imposta da sociedade, temos a nossa lei interna, temos a nossa convicção a seguir.
Minha lei, minha questão me impulsiona a seguir o caminho que muitas vezes é contestados por outros.
Existem os que não curtem a natureza, pois curto e tenho conectividade com a mãe terra e nada me tira da cabeça que tenho a obrigação de cuidar e proteger.
Cuidar e proteger é minha lei é minha questão.
Existem os que acham que a meritocracia é que deve reger a sociedade, ou seja existe pobre e rico por capacidade de cada um. Penso que todos devem ter o direito a usufruir dos bens produzidos na Terra, essa minha lei, é minha questão.
Minha lei, minha questão, a sua lei, a sua questão tornam-se lutas e objetivos de vida que nos levam ao caminho do crescimento espiritual, o caminho da paz.
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
Quantas guerras terei de vencer pra ter um pouco de paz.


Aldeir Ferraz

quinta-feira, 2 de julho de 2020

SINAL



Quando precisamos comunicar com outra pessoa usamos a fala através da voz ou com gestos.
Nossa comunicação tem várias formas de expressá-la, hora agressiva, hora suave. O jeito de falar provoca reação na pessoa que está ouvindo, então surge ali uma relação que pode ser positiva ou negativa.
Quando nossa presença física neste mundo desaperece, mas o espirito permanece,buscamos formas diferentes de comunicar.
Como espiritos apenas, creio que jamais perdemos o contato daqui. A questão é que nós que ainda estamos em carne e osso, ainda não aprendemos a comunicar com o mundo espiritual.
Alguns sinais nos intrigam quando algo surge, como por exemplo, uma borboleta que do nada começa a nos seguir ou uma flor que parece querer nos falar com sua beleza.
Entender a comunicação espiritual requer muito exercício de libertação do seu eu.
Penso que somos conectados a uma força, como fios condutores que levam eletricidade. Se tivermos desencapados a energia se perde.
É importante todos os dias buscarmos a sintonia com o mundo espiritual, pois eles têm muito a nos dizer do jeito que sabem comunicar, precisamos saber ouvir.

Aldeir Ferraz

domingo, 28 de junho de 2020

RUÍNA




Um homem que cavalgava, sobre um cavalo com trotes lentos, rumava para o seu fim.
Era uma tarde, quase noite  e Chiquito, um  mestiço, corpo castigado pela lida da roça, quase maltrapilho, rosto coberto por uma barba rala e na cabeça um chapéu empoeirado, saíra de uma pequena venda de roça onde na beira do balcão esvaziara um litro de uma cachaça servida pelo atendente.
Cambaleando e com dificuldade subiu em seu animal e seguiu caminho. Todos que ali estavam já pouco ligavam para aquela cena,pois nos últimos tempos aquilo era uma rotina.
Seus olhos vidrados não enxergavam nada a frente, contava apenas com seu cavalo pra chegar em casa.
O seu destino estava selado, sua última viagem chegou ao fim. Na curva do caminho, uma estrada fechada por mato de um lado e outro, um tombo, a cabeça em uma pedra e.... Ainda foi socorrido, mas ali se encerrou a sua vida.
A vida, na verdade já não existia mais pra ele. Era uma questão de tempo e como aconteceria seu fim.
A amargura que carregava lhe consumia. Já não era um humano inteiro, era uma ruina humana.
Sua história trágica vem de muito sacrificio na lida da roça. Tinha muitos filhos, todos pequenos e se dedicava a criá-los.
Uma tragédia lhe abateu e transformou o seu rumo. Um de seus filhos perdeu a vida ao brincar com uma arma de fogo. Ela disparou e o feriu fatalmente. Desesperado ao ver seu filho sangrando, pegou-o em seus braços em busca de ajuda, mas era inútil.
Diante do corpo de seu filho e da sua família entrou em choque.
Já não havia mais energias dentro de si, e ali naquele momento o seu destino estava traçado.
Daquele momento até a curva da estrada não se contaram um ano. Uma história que o tempo distanciou e mostra como frágil somos diante das durezas da vida.

Aldeir Ferraz

O VELHO E O LIVRO

Gosto de livros. Claro que tenho preferências e também críticas.
Registrar pensamentos, ideias, ensinamentos é fundamental para nossa existência.
 O conhecimento extraído dos livros nos ajuda a evoluir. Seguindo as escritas podemos evitar erros e acertar mais na caminhada.
Duas coisas sempre fui incentivado a fazer, ler livros e ouvir os mais velhos.
Sobre ouvir os mais velhos é sim tão bom ou até melhor quer fazer uma leitura.
Existem povos que tem em seus velhos o carinho e o respeito de um ser que carrega contigo um poço de sabedoria e conhecimento. Para estes povos é vital a existência de um idoso entre eles.
Penso que não é somente o que um velho tem a nos dizer que vale, mas também o seu jeito de ser, as suas rugas provocadas pelo tempo nos traz aprendizado.
Em tempos de pandêmia é costume ouvir que quando alguém morreu pela Covid19, já logo perguntam e em seguida afirmam: É velho? Já ia morrer mesmo.
Estamos criando a cultura do descarte humano. Não estamos levando em conta que somos essência.
A essência quanto mais velha melhor fica.
Nesta vida é preciso amar o que há de bom, portanto abra um livro e leia, e antes que seja tarde demais, sente ao lado de um velho e ouça o que ele tem a dizer,  olhe para ele e receba toda a energia de vida que certamente vai nos oferecer.

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 25 de junho de 2020

LUZ E POEIRA


O silêncio foi rompido com a porta se abrindo. A luz de fora adentrou antes de mim e logo revelou o que ali estava intacto. Uma leve poeira se levantou e seguiu em direção ao facho de luminosidade.

Meu olhar circundava aquele ambiente e meu coração acelerava a cada direção que mirava e nem conseguia piscar, somente admirar.

Estava ali, tudo estava ali, a máquina de costura, as ferramentas, os moldes, sua carteira de trabalho… Ah! Que orgulho que era possuir uma carteira de trabalho, uma profissão.

Quando pequeno gostava de entrar naquela oficina e ver meu avô na sua lida, consumido pelo trabalho e fazendo tudo com prazer.

Dizem que viemos no mundo para transformá-lo. Aquela oficina era assim, transformava o que tava ruim em belo.

A cada passo que dava, algo estranho parecia acontecer, comecei a sentir as coisas se mexerem, a costura de um tecido, o corte de um molde, o arredar de um móvel, que barulho espantoso chegava aos meus ouvidos. Era isso mesmo, sentia a sua presença, sentia a sua agitação, tudo naquela hora se tornou mágico. Enchi-me de orgulho de tudo.

Não! Definitivamente não são velharias, tudo tinha vida, tudo tinha história pra contar.

Interessante que nos dias de hoje perdemos essa essência de preservar, de recordar, tudo se torna lixo que precisa ser afastado de nós, enterrado.

E as horas se passaram rápido com minha viagem no tempo, não queria sair, queria continuar meus pensamentos, minhas lembranças e o calor da presença espiritual dali.

Tive que partir, nada alterei e de pé em pé caminhei para a porta e quando fui fechar vi ainda o facho de luz que continuava a guiar a poeira em direção a pequena fresta de uma janela.

Porta trancada e um barulho surgiu lá de dentro, uma lâmpada piscou, estranhei mas logo tudo cessou.

No caminho pensei, sim ali não jaz um passado, ali uma existência se eternizava


Aldeir Ferraz

terça-feira, 23 de junho de 2020

A ESTRELA D'ALVA






"...A estrela d'alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor..."
Canção imortalizada na voz de Dalva de Oliveira, letra de Noel Rosa e Braguinha.
Quem já não cantou tal canção como boêmio que virava a noite se embebedando com os amigos e curtindo as paixões joviais ou não.
Virar a noite e no fim da madrugada e próximo ao amanhecer, olhar o céu e vislumbrar Vênus, a nossa estrela D'alva.
Vênus um planeta, mas que tem um nome de uma deusa grega. Isso nos faz encher de encantos e suspiros imaginando o amor vivido, amor que vive ou que ainda vai viver lá distante.
E lá no céu este amor brilha solitário.
Esse momento êxtase de contemplação se interrompe com os pássaros e o rompimento do silêncio da cidade que começa a agitar e aquela paz se derrete.
"...Linda pastora morena da cor de madalena
Tu não tens pena de mim
Que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre sempre te amar."

Aldeir Ferraz

Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...