domingo, 29 de agosto de 2021

MEDO PRA CACHORRO



O Domingo foi muito bom. Já cedo nos aprontamos e saímos de casa com um compromisso, viver e reviver.

Coloquei cinquentão de gasolina no tanque do carro e fomos rumo ao campo fugindo da cidade.

Dentro do carro comigo  estava minha mãe, minha irmã Celinha, Valquiria, Ana Clara e o Juan.

Gente da cidade quando vai na roça é certo que vai pagar algum mico.

Na nossa história não foi diferente, pois ao chegar no nosso destino, com uma porteira nos deparamos.

Reza a etiqueta de que o carona do banco da frente tem o dever de descer e abrir a porteira.

Tudo bem, tudo certo, o Juan estava no banco da frente e  teria essa missão. Pois é, teria essa missão se não fosse a matilha de cachorros que vieram em nossa direção pra nos receber, resultado, o carona do banco da frente amarelou.

Naquele momento vem a pergunta e agora o que fazer?

Como estava dirigindo argumentei que não dava pra descer e como amo muito minha esposa pedi a ela que descesse, enfrentasse os cachorros e abrisse a porteira, mas acho que o amor que ela diz ter por mim ficou em cheque, além dela amarelar, quase apanhei.

A coragem veio da minha mãe que desceu e abriu a porteira, enfrentando os cachorros.

Até que naquele gesto da minha mãe, que tem mais de 80 anos, me fez ter coragem e descer também.

Só que tinha um detalhe, o medo pra cachorro que tenho me fez  voltar ao deparar com um baita de um cachorro em minha direção.

Salve a Dona Dalica, mãe corajosa.


Aldeir Ferraz 


 

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