domingo, 12 de abril de 2020

PÁSCOA, A VIDA VENCE A MORTE

A Páscoa é uma celebração antiga e para quem professa a Fé cristã possui um significado importante, a vitória de Cristo sobre a  morte de cruz, que o poder da época lhe impuseram.
A ressureição de Cristo é o grande acontecimento, mais do que seu nascimento que celebramos no Natal,pois nascer é algo que nos é comum, mas ressuscitar nos fortalece na esperança da vida eterna.
Estamos em tempos de tragédias tantas que vivemos, muitas recentes como a lama de Brumadinho que assassinou muitas pessoas, os fanátismos que provocam massacres, o drama dos refugiados, a opressão e injustiça dos poderosos de plantão,  a pademia da covid 19...
Enumerar e rememorar essa era dificil é de fato doloroso, é realmente vivenciarmos a cruz nos nossos ombros e sentir os pregos que se cravam no corpo de um crucificado.
Por isso que celebrar a Páscoa nos dá um momento especial , uma parada no sofrimento para reacender a luz que nos faz crer na vitória sobre todo mal.
Que vivamos a Páscoa ressuscitando destes sinais de morte que hoje nos afetam.
Saiamos das nossas catatumbas que estamos enterrados, onde prevalecem o ódio, a ganância, o egoísmo e a falta de amor. Ao levantarmos deste ambiente frio e triste, que nós possamos mudar de fato nossas vidas.
Para vencermos a morte que Cristo venceu precisamos de pouco, precisamos sermos fraternos, precisamos de empatia.
Viva a Páscoa, Viva a Ressurreição!

Aldeir Ferraz

sábado, 11 de abril de 2020

Dúvidas e Certezas de Tomé

São Tomé é conhecido por sua dúvida em acreditar na ressurreição, só acreditou depois de ter visto.
Alguns ensinamentos podemos tirar dessa história, pois talvez tenham pegado um pouco pesado com ele.
Tomé era próximo a Jesus e não faria sentido suas dúvidas, mas pra quem tem a ciência como norte, as peguntas e questionamentos, antecedem as respostas.
A ciência de Tomé nos falta nos tempos atuais, ou seja, ter questionamentos, não significa abrir mão da nossa fé.
Na religião, na política, na economia, enfim na sociedade devemos sempre buscar as questões antes das certezas.
Vivemos um clássico exemplo no Brasil, onde direitos e conquistas foram perdidos por não duvidarmos do rumo que se tomou para a nação.
Abandonamos nossa fé em uma sociedade melhor e se acreditou numa ilusão.
Tomé tinha suas certezas, principalmente na fé que construiu junto ao seu mestre, sua dúvida não deve ser encarada como dúvida, mas como confirmação daquilo que acreditava.
Tempos de dúvidas e certezas devem se transformar nos "porquês" e na busca das respostas e soluções.

Aldeir Ferraz

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A Pena de Morte de Deus

A Sexta-Feira da semana santa celebramos a paixão e morte de Jesus Cristo.
Neste dia muitos cristãos se guardam em jejum e oração para rememorar a história do sacrifício do filho de Deus.
Uma de suas últimas palavras, "Tudo está Consumado", revela a compreensão do momento que vivia na cruz que o colocaram.
Sabia Cristo desde o ínicio de sua missão que haveria de enfrentar o ódio, a ganância,a arrogância de um mundo podre.
Os poderosos de plantão tinham medo dele, pois como disse, "Eu vim para que todos tenham vida".
Para que todos tivessem vida de qualidade, os que tivessem muitas riquezas deveriam partilhar com quem nada tinha.
Jesus não falava de esmola, mas de justiça social.
Por isso ele foi assassinado, isso mesmo, ele não morreu por nós, foi assassinado por nossa causa.
Não o condenaram a pena de morte na cruz,entre ladrões,mas como ladrão.
Naquele dia pensaram os seus algozes que era o fim, mas dali foi o começo de uma luta sem fim.
Cristo, não apenas ressuscitou, se multiplicou neste mundo.
Cada pessoa que continua o projeto de Deus, desde aquele tempo, planta uma semente na terra para chegarmos um dia na plena justiça social.
A cruz de Cristo é o nosso caminho, a construção do reino de Deus é nossa meta.

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Última Rodada

Jesus do Morro,assim como era conhecido na comunidade. Tinha contigo uns pensamentos muito doidos, segundo a galera que convivia com ele.

Batia de frente com as autoridades da cidade pelo descaso que tinha com o povo.
Esgoto a céu aberto, moradias precárias, desemprego, doenças, violência, miséria total, este era o cenário em que vivia e se indgnava.
Pouco chegava do Estado para sua gente, apenas o preconceito e a violência de milicias e do mundo da droga.
Tinha uma turma que andava com ele, sempre promovendo ações de cidadania, concientizações e transformação de toda aquela situação, também se divertiam paca.
Politicos, empresários, gente do Estado,alguns lideres religiosos, traficantes viam nele um perigo, pois o cara tava botando a comunidade pra pensar e não aceitar o sistema que viviam.
Interessante que a miséria de uns é a fartura de outros, assim sempre comentava com seus parceiros.
Se tem desemprego, isso é bom para o capital, pois força o trabalhador ficar de cabeça baixa, refletia.
A riqueza de um país deve ser repartida com todos, gritava sempre pelas ruas que passava.
Jesus do Morro recebeu ameaça de morte, estava marcado pra morrer.
Sofreu de toda sorte, começaram a destruir sua imagem, a elite o chamava de maconheiro.
Vendo que já estava próximo o seu fim, reuniu a galera que o acompanhava em um último bate papo.
Jesus do Morro disse as seus manos,  sentados em volta de uma mesa de um treiller, que a sua morte não poderia apagar o sonho de ninguém e que se algo acontecesse com ele, haveriam de denunciar e continuar a luta.
Após comerem os lanches e tomarem umas geladas, se abraçaram.
Foi a última celebração de Jesus com eles, pois virando uma esquina, próximo a sua casa, uma rajada de tiros perfurou todo seu corpo.
Jesus do Morro já não estava fisicamente entre eles, mas o povo continuou se alimentando de seus sonhos.


quarta-feira, 8 de abril de 2020

O SILÊNCIO E A RESILIÊNCIA

O que dizer neste momento, um temporal em tempos que não existe um fato que aponte, é tempo de céu fechado, é tempo de chuva.
As águas de março que fecharam o verão, parecem seguir no outono, aliás, continuam de forma feroz.
Tempos que vivemos, entre temporais e pandemias.
Queria como humano ter a resposta e a solução a tudo isso, mas vem o silêncio, apenas o silêncio.
Neste silêncio começo a ouvir o barulho pós destruição, começo a ver tudo perdido, começo a respirar e suspirar.
Dentro de mim surge uma energia que me diz, vamos recomeçar, começar de novo, recomeçar outra vez.
Sempre haverá as tormentas e é por isso que necessitamos saber sermos resilientes, buscarmos na resiliência o caminho de tocar a vida.
Não! Não é Deus se vingando, talvez seja o nosso jeito de ser em que ainda precisamos aprender a viver melhor com o grande espirito da Terra.
E que no meu silêncio, vendo e olhando tudo, eu possa ser mais forte para superar os desafios que é viver, viver, viver...

Aldeir Ferraz

domingo, 5 de abril de 2020

DOMINGO DE RAMOS E NÃO DE ARMAS

E mais uma vez Jesus  surpreende a todos do seu tempo e nos provoca reflexão sobre a concepção de mundo dos dias atuais.
A celebração do Domingos de Ramos, uma tradição religiosa, rememora a entrada triunfal de Jesus de Nazaré em Jerusalém, cidade importante de poder da época.
Jesus já se destacava como um líder mais do que religioso, era a esperança de libertação de um povo oprimido.
Muitos o seguiam, até radicais de vários pensamentos que viam nele a chance da construção de uma nova história.
Sua entrada em Jerusalém foi vista como um momento de uma guinada, mas alguns esperavam que viesse como um rei poderoso, com carruagens e um exercito armado até os dentes.
Ele entrou na cidade de outra forma, ou seja sem armas para mostrar, apenas ramos nas mãos do povo que o seguia, não entrou sentado em uma carruagem,veio montado em um jumento.
Seu gesto rompe com o pensamento extremo da violência, fez crer nas pessoas que um reino pode ser construido pelo caminho da paz.
Nas favelas, em lugares muito pobres a construção de um novo mundo não acontece muitas das vezes pela paz, o Estado,  com governos autoritários,  entram com a violência, o preconceito e a indiferença e não liberta  o povo da miséria, aprofundam a opressão.
Ainda não entendemos este caminho até hoje, muitos ainda celebram o domingo não de ramos, mas de armas, pois pensam que a força violenta vale mais do que a humildade e a empatia.

Aldeir Ferraz

sábado, 4 de abril de 2020

As Pragas do Mundo

No Egito, segundo relatos bíblicos, um tempo de terror abateu sobre o povo, era tempos de escravidão e poderio faraónico.
Este periodo foi conhecido como as pragas do Egito.
Entender este tempo e o que estamos passando hoje, requer uma reflexão dos conhecidos quatro lados, que são:
Economico, social, politico e religioso.
Aqui no nosso tempo de mundo também vivemos sobre as pragas que nos afetam.
Fome, guerra, dilúvios, secas, pandemias... Tudo tem acontecido de forma devastadora.
O lado religioso desta questão não pode ser entendido como ira divina,mas talvez pela falta da fraternidade divina que estamos deixando de ter.
O mundo tem se transformado e nós estamos transformando ele, principalmente do lado social, onde poucos tem muito e muitos tem pouco.
O lado econômico é trágico, pois não temos a capacidade de partilhar, de fazer justiça social.
A Politica que deveria ser a forma de equacionar as questões humanas, tem sido ferramenta de interesses do capital.
Mas o que isso tudo tem com as pragas que vivemos? Posso dizer que tem tudo haver.
Pragas sempre surgirão a nossa frente, mas a forma de lidar com elas deve ser de comprometimento com a humanidade.
Moises quando salvou seu povo das pragas do Egito, enquanto o povo da faraó morria, foi porque se organizou e juntos superaram os momentos dificeis.
Os Faraós abandanoram seu povo, mas Moises não.
Aí que está o "X" da questão, enfrentar tudo de forma comprometida.
Por isso que ser Povo de Deus, é ser povo que luta e liberta a todos.

Aldeir Ferraz

Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...