domingo, 26 de setembro de 2021

SOMOS DO PASSADO

 Somos do Século passado, além também, do milênio passado.


Que tem mais de 22 anos pode celebrar essa situação, ou seja, ter nascido no milênio e século anterior.


Só quem teve esse momento foram os que viveram a mais de mil anos, no periodo entre o século IX e X, virada do primério milénio.


Muita coisa avançou no modo de vida, avançou também a destruição da Terra.


Na passagem do primeiro para o segundo milênio da era cristã, o Ocidente vivia mergulhado em guerras, terrores e superstições: o fim do mundo estava próximo.


Na passagem do segundo milênio continuamos os mesmos, destruindo, matando, explorando...


Ainda tem dúvidas se realmente estamos evoluindo?


Aldeir Ferraz


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Toque a terra Sinta a Terra




O grito triste da Siriema que ecoa na grota nos fala da tristeza da terra que tá seca, mas também que o céu ouviu e em breve irá afagar a terra com suas gotas de chuva.

A nossa Terra de tão rica, está sendo saqueada e mal cuidada e agora torna-se nossa mãe pobre e abandonada.

Toque a terra, sinta a Terra como a mãe que temos e que se sacrifica por nós.

Na mitologia grega o céu é Urano, aquele que cobre ou envolve Gaia que é a nossa Mãe-Terra.

Que Urano envie provas de amor a Gaia, com muita chuva e fecunde as sementes de vida que aguardam o ciclo de renovação tão importante para a nossa existência.

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O VENTO

 O VENTO 


Vento é o fluxo de gases em grande escala. Na superfície da Terra, o vento consiste no movimento de ar em grande quantidade. 


Mas o vento é mais do que uma a definição de um elemento, ele passa a ser algo místico.


Sinta o vento lhe tocar, ouça o seu som, parece nos dar um recado, move os nossos sentimentos.


No calor busca nos aliviar, nos encanta quando agita os nossos cabelos.


Feche os olhos,levante os braços e sinta ele lhe tocar.


Vento, ventania me leve sem destino....


Aldeir Ferraz



quarta-feira, 15 de setembro de 2021

CHUVA



Como nós mineiros dizemos, chuva é um trem bão demais.

Saudade danada dela,ainda mais nessa quentura que estamos passando.

Chuva é maravilha, vindo suave, molhando o chão, espantando o calor, alegrando a planta e os animais.

Melhor ainda é poder presenciar a chuva na roça, na varanda da casa assistindo o espetáculo das arvores balançando com o vento e suas folhas molhadas.

A água da chuva escorrendo do telhado e caindo no chão. Outra coisa boa é passar debaixo de uma árvore e receber os pingos gelados caindo das folhas.

E a cantoria dos pássaros festejando com alegria e com vôos rasantes rasgando o céu cheio de riscos de chuva.

E o cheiro gente, meu Deus que cheiro refrescante de terra molhada.

Êta saudade de uma chuvinha boa.

Aldeir Ferraz

domingo, 12 de setembro de 2021

A medida da vida na vara de um bambú

 A medida da vida na vara de um bambú


A morte tinha um ritual de preparação bem diferente do que é hoje.


O defunto corpo mal se esfriava e com uma vara de bambú o seu tamanho era atestado.


Na serraria as tábuas cortadas sobre medida e os pedaços de pano afixados com grampos formavam o último leito.


Não tinha hora, era a qualquer hora e com pressa, mas com respeito a encomenda era entregue.


Em um banco de madeira, no aguardo o corpo sem vida esperava, agora sem a impaciência de quando vivo.


Flores, pouco tinha, a não ser o infortuito fosse em tempos de primavera, no outono o melhor terno ou vestido é que levava o destaque para o velado.


A morte mais do que  reunia as pessoas para a despedida, era um evento.


 Era uma obrigação se fazer presente com  orações, indo nas rodas de conversas, tomando a aguardente que não faltava para quem virava a noite.


A alça do caixão era disputada e na cova já preste a ser fechada, a tradição de jogar alguns terrões era sagrada.


E a vara de bambú em um canto ficava a espera de nova medida para  quem sabe, alguém que do velório de despedida fez presente e do lado  dos vivos.


Aldeir Ferraz

domingo, 29 de agosto de 2021

MEDO PRA CACHORRO



O Domingo foi muito bom. Já cedo nos aprontamos e saímos de casa com um compromisso, viver e reviver.

Coloquei cinquentão de gasolina no tanque do carro e fomos rumo ao campo fugindo da cidade.

Dentro do carro comigo  estava minha mãe, minha irmã Celinha, Valquiria, Ana Clara e o Juan.

Gente da cidade quando vai na roça é certo que vai pagar algum mico.

Na nossa história não foi diferente, pois ao chegar no nosso destino, com uma porteira nos deparamos.

Reza a etiqueta de que o carona do banco da frente tem o dever de descer e abrir a porteira.

Tudo bem, tudo certo, o Juan estava no banco da frente e  teria essa missão. Pois é, teria essa missão se não fosse a matilha de cachorros que vieram em nossa direção pra nos receber, resultado, o carona do banco da frente amarelou.

Naquele momento vem a pergunta e agora o que fazer?

Como estava dirigindo argumentei que não dava pra descer e como amo muito minha esposa pedi a ela que descesse, enfrentasse os cachorros e abrisse a porteira, mas acho que o amor que ela diz ter por mim ficou em cheque, além dela amarelar, quase apanhei.

A coragem veio da minha mãe que desceu e abriu a porteira, enfrentando os cachorros.

Até que naquele gesto da minha mãe, que tem mais de 80 anos, me fez ter coragem e descer também.

Só que tinha um detalhe, o medo pra cachorro que tenho me fez  voltar ao deparar com um baita de um cachorro em minha direção.

Salve a Dona Dalica, mãe corajosa.


Aldeir Ferraz 


 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

E O VELHO ERA EU


JÁ conhecia o Norton de outros tempos, desde quando cheguei em Ubá.


Através do seu irmão Fernando Fagundes, que como vereador a época e minha militância nos movimentos sociais, tivemos algumas conversas em reuniões.



Veio então o contato na política, quando fui escolhido pelo Partido dos Trabalhadores para disputar a eleição para Prefeito de Ubá.



Um dia no Horto Florestal, estava sendo entrevistado pelo saudoso Vicente Mota quando o Norton se aproximou.



O Vicente Mota fez uma foto minha e dele e profetizou, vocês formarão uma chapa valente para a disputa da Prefeitura de Ubá.



Profecia feita e após alguns meses e muitas conversas aconteceu o que foi dito.



Formamos uma chapa para disputar as eleições e partimos pra rua, nas fábricas, de sol a sol e também entrando noite adentro.



Nestes tempos surgiu mais do que uma parceria, ficamos amigos, amigos mesmo.



O que me chamava atenção no Norton era sua energia, sua vibração e a crença de um mundo melhor.



Cheguei um dia a confidenciar pra ele que naquela dupla já me sentia o velho, mesmo tendo menos idade que ele.



Sua jovialidade espiritual promovia o ânimo que precisávamos na árdua luta de convencer as pessoas.



Professo da Fé que somos eternos, apenas o nosso corpo é que se perde no tempo e por isso não estou triste, ao contrário, sou feliz e grato por ter a honra de ter um amigo como o Norton.



Voa para eternidade “Espirito Bom” que durante um tempo se fez carne e viveu entre nós.



Saudades sim, tristeza não



Aldeir Ferraz




Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...