segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

SECOS E MOLHADOS

 A infinidade de produtos existentes hoje, não se compara com o que existia a 35 anos atrás.

Lá no armazém Ferraz como em outros comércios, as linhas de produtos eram tratadas como apenas duas, Secos e Molhados.

Apesar de muito menos itens naquele tempo, a fama de ter variedade ajudava, pois ali vocé poderia encontrar de tudo.

Kichute, chinelo, facão,filtro, fumo de rolo, arroz, feijão,sal,queijo, BHC,querosene,polvora,gurpião, lamparina, oleos, chumbinho, enxada, cabo de machado, ovos, verduras...

Tudo que podia se imaginar na época existia.

O destaque era a venda agranel, onde se vendia até 100 grs de café, 50 grs bicarbonato, pimenta, milho, arroz, feijão, margarina... Tinha muita venda pequena, pois era muita pobreza na vida de muita gente.

Existiam os caixotes e latões onde era colocado os produtos agranel, era muito pouca coisa embalada.

Quem trabalhava em balcão tinha que ser bom de concha, encher os sacos de papel e acertar o peso na balança, isso  te dava o destaque de craque, agora se não fosse bom no peso já te chamavam de molenga.

No próximo texto vamos escrever como era conhecido e falado o nome de alguns produtos que eram vendidos.

Aldeir Ferraz



O PREGO

 O crédito no comércio é um negócio antigo e nos últimos tempos evoluiu muito, hoje contamos com os cartões de crédito, cartões de fidelidade etc...

O então Armazém Ferraz herdou " O PREGO" que durante muito tempo garantiu o crédito a muitos fregueses.

Quando uma compra era feita, o valor era anotado em um pedaço de papel e espetado em um ferro pontiagudo soldado em uma base.

Era muito papel ou melhor dizendo, vales que ficavam afixados ao prego.

Para saber se alguém estava atrasado, era só checar no final do prego os devedores.

Uma forma rústica, mas não tinha tanto prejuizo, as dificuldades eram grandes, mas grande parte honrava seus compromissos.

A crise da Usina Açucareira Riobranquense, que cuminou em atrasos de salário foi um exemplo e teste de como as pessoas eram.

Muitos fregueses atrasaram seus pagamentos das contas e ainda continuavam comprando, uma situação preocupante, mas aqueles trabalhadores e trabalhadoras honraram suas dividas.

Ali naquele periodo tive a oportumidade de vivenciar a miséria e até a fome que muitos que conheci no balcão passavam.

Foram tempos de angústia, solidariedade e aprendizado.

Aldeir Ferraz

SERVIR BEM PARA SERVIR SEMPRE

Apesar da existência dos supermercados, onde o freguês fazia a sua própria compra, os armazens tinham a preferência de grande parte do povo.

O inicio do armazém Ferraz era nítido essa opção, pois em frente existia o supermercado Dular, do Zé Machado, que era bastante movimentado, mas muitos preferiam a compra no balcão.

O atendimento no balcão fazia com que as pessoas se fidelizassem, obviamente se o atendimento fosse bom.

O Jesus Cardoso sempre passava por lá para ver como as coisas caminhavam e sempre deixava as dicas. Para ter sempre o freguês de volta dizia ele que tinhamos que embrulhar e amarrar bem, ou seja servir bem, para servir sempre.

O embrulhar e amarrar bem era uma prática corriqueira de enrolar no jornal os produtos pesados na balança em sacos de papel e amarrar bem. Isso mostrava o cuidado e o zelo a compra vendida.

A confiança era algo impressionante, a ponto de sabermos de cor o que cada freguês tinha o hábito de adquirir.

O pessoal do corte de cana, quando era dia de pagamento enchiam as ruas e a faziam a festa. Muitos nem abriam seus envolopes de pagamento. Entregavam direto para nós no balcão e logo diziam para pagar a conta que estava no prego.

No próximo texto vou falar sobre essa relação de confiança que era o fiado.

Aldeir Ferraz 

domingo, 17 de janeiro de 2021

35 Anos , Supermercado Ferraz,uma história de muitas histórias

 1986, o ano que começou essa história, um pequeno armazém que surgiu de um grande comércio. 

O Supermercado Ferraz nasce após o fim de uma história de décadas do armazém do Jesus Cardoso e Luis Monteiro.

Numa decisão do comerciante Jesus Cardoso, que se aposentou, ofereceu para o seu  sobrinho Zé Ferraz a oportunidade de começar um pequeno negócio.

O Zé Ferraz  já trabalhava no armazém e tinha conhecimento com a freguesia, então era uma ótima oportunidade.

Essa oferta evitou um rumo diferente, pois o sobrinho do Jesus Cardoso já havia comprado um facão, uma luva e chapéu para trabalhar no corte de cana, seria trabalhador da CIA AÇUCAREIRA RIOBRANQUENSE.

Abandonou o facão, a luva e o chapéu e foi pra concha e a caneta iniciar com os filhos esta nova história.

Começou com muito pouco, estoque era quase nada, mas a freguesia do Jesus Cardoso seguiu para o Armazém do Ferraz.

O inicio foi de muita solidariedade e trabalho. Alguns comerciantes ajudaram, vendedores que chegavam ofericiam condições boas de preço e prazo e até gente que emprestava dinheiro surgiu.

Era muita garra e animação que contagiava o ambiente de trabalho.

Tinha dia que começava e não tinha fim, ou seja virava se até a noite de trabalho incesante.

Bom! Vou para este texto por aqui.

Tem muita coisa pra contar e se você quiser saber e os que fizeram parte desta história, fiquem atentos, tem muita história para resgatar.


Aldeir Ferraz






 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

O Drama dos Acamados

 Dentro de casa, protegido por suas famílias ou mesmo em alguma instituição que acolhe os desvalidos, o drama dos acamados é nitido nesta pandemia.

O risco do corona vírus antingir homens e mulheres que estão em seus leitos enfrentando mil efermidades é grande.

Quem cuida vive a aflição destes tempos e sem muito o que fazer. 

Na batalha do espirito que precisa se romper do corpo doentio a única coisa a fazer é levar o conforto.

A proteção destes pacientes que não estão nos hospitais, mas nas suas moradas é fundamental e humanamente importante.

Cuidar é mais que um ato, é uma atitude.


Aldeir Ferraz 



domingo, 3 de janeiro de 2021

TREVAS X LUZ


 A noite percebemos aquilo que invisivelmente acontece no nosso mundo.

Olho para o céu e vejo a grande batalha das trevas contra a luz.

Esta batalha é travada a milhões de anos, desde a existência humana.

O Grande Espirito nos fez da luz, mas muitos de nós não suportamos conviver com a energia do outro, não admitem viver em constelação.

A solução de alguns espiritos foi se tornar trevas para ofuscar a luz alheia.

Optaram por perder a luz e se tornar fonte da escuridão. 

Estes seres vagam por aí como nuvens impulsionadas pelo vento cobrindo todo brilho existente.

A luz refletida em estrelas não se abala e a cada tentativa das trevas se impõe com seus fachos de luminosidade.

Este espetáculo natural e espiritual sempre tem vencedores e derrotados a cada crepúsculo.

Que possamos sempre fazer parte da luz incansável para romper com as trevas que teimam em ofuscar nosso céu.


Aldeir Ferraz 

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

APENAS UM CAMINHANTE

 Apenas um caminhante


A cada tempo que se vai, como em uma foto antiga vamos desaparecendo aos poucos.


As pegadas deixadas no caminho desaparecem e o que segue junto a nós é apenas a sombra, mas ela também se vai junto com a luz ao final do dia.


Tudo que fomos, tudo que fizemos um dia se perde, apenas fica um pouco no coração dos que te deram valor.


Pessoas se vão, alguns amigos outros não, sempre no caminho ficam e já não oferecem seus passos juntos aos nossos passos.


A minha vida é assim, sou apenas um caminhante que faz o caminho ao caminhar.


Que venha mais um caminho novo, que venha 2021.


Aldeir Ferraz


Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...