sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

REDE NA VARANDA



Dia calmo sem muito o que fazer, na varanda da casa uma rede me convida a deitar, um convite sem recusa e ali deitei para relaxar
A brisa mansa balançava a rede bem devagar e ali deitado no meu silêncio ouço o canto dos pássaros e lá distante no céu vejo as nuvens se movimentarem em formações que provocam a imaginação.
Tento até pensar em alguma coisa, planejar o dia, a semana, lembrar do dia anterior , mas nada vem a cabeça,pois aquela rede é como se fosse um anestesiante, como diz a juventude: " Só curtição".
Desligar um pouco da vida é oportunidade de fazer uma faxina cerebral, uma limpa de tudo que tem de pertubador e ruím por dentro. 
O que é mais legal desta limpeza é que na rede isso acontece natural, suave e repentinamente se fica mais leve.
Precisamos da calma de um rede para enfrentarmos a turbulência deste mundo que gira em 24 horas numa transformação  do dia para a noite e tudo acontece de bom e de ruím e nós no meio deste turbilhão.
Toda casa casa deveria ter uma varana e uma rede.

Aldeir Ferraz

LiSTA DE VERIFICAÇÃO DA VIDA

Chega um momento da vida que temos sensações ruíns, como se tudo não tivesse bem.
Um problema domina todo seu estado de espírito e aí vem o baixo astral.
Talvez pela nossa incapacidade de separar as coisas.
Posso ter problema financeiro e ao mesmo tempo estar de bem com o próximo?
Posso ficar doente e ao mesmo tempo  ter tranquilidade e bom humor?
Parece que somos conectados a tudo e se algo não vai bem o resto é afetado.
Não é fácil, mas e se fizermos o exercicio contrário do normal ? Ou seja a maior parte boa dentro de nós contaminasse o que não estivesse legal.
Claro que não resolve, mas talvez seja uma forma de fortalecimento, aliviando os pesos sobre nós.
Não existe vida sem altos e baixos, sempre é bom buscarmos o equilibrio.

Aldeir Ferraz

domingo, 26 de janeiro de 2020

CIDADES RESILIENTES

Após uma tempestade, o rastro de destruição deixado na cidade nos choca.
Grandes eventos naturais por mais que nos traga as surpresas e temores é algo comum de que aconteçam.
A afirmação de que nunca aconteceu ou não acontecerá é uma falsa certeza.
Me arrisco a dizer também que mesmo fazendo tudo direito e com harmonia junto ao meio ambiente, haverá sim momentos de fúria da natureza.
A mãe terra sempre nos fará lembrar quem é ela, nunca devemos esquecer.
Mais de oitenta por cento das pessoas vivem nas cidades e sofrem sempre em tempos de chuvas.
É preciso se adaptar para que haja superação da adversidade.
Não se pode desviar um rio, mas podemos respeitar suas margens, não se faz contruções em encostas sem que um dia uma tragédia venha, mas podemos trabalhar boas práticas de construções de moradias.
A cidade resiliente vai se recuperando a cada destruição,mas sempre buscando se adaptar com sabedoria e força para o próximo evento adverso.
 O que nós habitantes das cidades precisamos, é ouvir a voz deste grande espírito da terra em uma busca harmônica que nos faça viver em paz.
Que estejamos mais bem preparados.

Aldeir Ferraz

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

☔ CHUVA

Amanhece e um barulho na janela me desperta,veio como festa, o momento é dela, viva a chuva.
A chuva é um verdadeiro tempo de celebração da natureza.
Desde as gotas que caem na minha janela, empurradas pelo vento, o barulho suave que me desperta e o baile das gotas que de forma sincronizada molham a varanda, me levam a admirar este espetáculo.
Os pássaros que se abrigam debaixo das folhas das árvores, cantando  e os que se arriscam no ar, fazendo vôos rasantes, festejam este amanhecer chuvoso.
O Sol, ciumento com tanta alegria, nem deu as caras e o tempo com coloração cinza não é de tristeza, mas de grande sintonia com uma paz natural.
As árvores dançam em meio a chuvarada e a terra exala um perfume que nos chega com um frescor inconfundível.
Na rua, já podemos ver sombrinhas coloridas e os passos apressados da nossa gente, enfim.
 Momentos assim, também devemos aproveitar e nada como ficar na varanda de casa curtindo tudo com um delicioso café e um saboroso bolinho de chuva.
Bom dia alegre de chuva!

Aldeir Ferraz

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

ELIAS E A VOLTA AO MUNDO

Elias era um jovem como todos os outros da sua época, sempre naquela fase de encontrar um rumo ou de se encontrar.
Resolveu o que queria, animado anunciou que iria dar a volta ao mundo.
Com uma mochila no ombro partiu a caminho.
Com o gás jovial, andou e andou por dias, sem parar, sem olhar pra nada, apenas com sua vontade de alcançar o que escolheu.
O caminho tornou-se penoso, seus pés com bolhas e a canseira já lhe cobria o corpo.
Então o desânimo lhe bateu no espírito e um tombo na estrada lhe fez torcer o pé.
Sentado à beira da estrada, debaixo de uma árvore, começou a chorar.
Elias se deprimiu pela jornada difícil e com a queda, tudo ficou impossível.
Já não conseguia ter a disposição de antes, nada mais importava, ficou ali com suas coisas e sua dor.
Sujo, de barba e cabelo por fazer, definitivamente não era o que sempre foi.
Numa manhã, passou por ele um velho com uma bengala caminhando lentamente e Elias lhe chamou.
O velho de nome Felicio parou e de forma feliz perguntou o que queria.
Elias indagou para onde iria e Felicio respondeu que estava na missão de sua vida, dar a volta ao mundo.
Elias lhe disse que era impossível fazer aquilo, pois ele mesmo desanimou.
Felicio disse que não importava em chegar, mas de seguir a caminho e aproveitar o que o caminho tem a oferecer.
Dores e alegrias é o que mais se encontra nas voltas deste mundo e Elias compreendeu aquilo.
Ergueu se da sombra em que estava, pegou um pedaço de pau para se escorar e seguiu com Felicio para dar a sua volta ao mundo.
E o caminho do mundo é assim, o que faz a diferença é como caminhamos e com quem caminhamos nele.


Aldeir Ferraz

Cidade dos Meninos e das Meninas

Lá longe, bem distante daqui, em um planeta sem nome, existia uma pequena cidade que era governada por meninos e meninas.
Nesta cidade, tudo era alegria em todo lugar que havia.
Não tinha carros, apenas bicicletas, carrinhos de bebês, velocipides e muita criança correndo daqui para ali.
Parquinhos tinham aos montes, com escorregador, balanço, pula pula e montes de areia.
Nos montes de areia a criatividade corria a solta, pois os pequenos e suas grandes imaginações erguiam castelos e montanhas.
Em cada esquina, pra quem quisesse, pipoca e algodão doce não faltava.
Todos os postes eram coloridos e com marca das mãozinhas dos pequenos cidadãos.
A cada banco das praças, pessoas de cabelos brancos, cercados de pequenos olhares atentos, contavam lindas histórias.
Nas ruas de chão batido, a poeira se levantava com o bando de cavaleirinhos em cavalos de pau.
Nas padarias, doces e chocolates deliciosos enchiam de vontade a todos que namoravam as vitrines.
O moço do picolé, sempre ali na sombra da amendoeira, servia a garotada com sabores mil. Tinha picolé de morango, uva, goiaba, napolitano, leite...
A noite toda a cidade adormecia, protegida por muitos anjos e por uma bela Lua que velava as casinhas, onde cada criança, com belos sonhos dormia.

Aldeir Ferraz

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Consumidos

Como se diz por aí, somos feitos de carne e osso.
E essa carne e osso vez ou outra precisa de estímulos para sobreviver.
Além da alimentação necessária, ainda fazemos uso de remédios que aparentemente nos garantem em pé.
Podemos dizer também que somos feitos de desejos e vontades.
Quando o desejo e a vontade são acionados em nossa mente, buscamos saciá-la de alguma forma.
De carne, osso, desejo e vontades, acaba que somos usados como um laboratório consumista.
Tudo é testado para que consumamos e alguém possa ter lucro com isto.
Produtos são lançados para suprir as necessidades da carne e do osso, mas é o desejo e a vontade que são trabalhados.
Muitas vezes um produto com a mesma serventia de outro é deixado  de lado pelo fato de que faltou uma propaganda.
De fato a propaganda é a alma do negócio, ou seja é a condutora do desejo e da vontade.
Hoje podemos dizer no mundo que construímos, que já não somos mais consumidores, mas sim consumidos pelo que outros nos impõem.

Aldeir Ferraz



Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...