Manhã chuvosa, na varanda da casa contemplo a paisagem viva da natureza. Pássaros vibrantes com asas abertas no céu efetuando razantes em meio as gotas de chuva vindas das nuvens cinzas e luminosas, árvores, algumas com flores outras sem, balançam seus galhos com as folhas verdes molhadas,ventos suaves vaporizam todo o frescor deste tempinho bom.
Todo este ambiente deixa-nos leve, produz uma paz espiritual que transporta a uma dimensão de luz.
Dimensão de luz, paz espiritual, este êxtase raramente vivido revela o que de fato somos, espíritos presos em um corpo, encarnados.
A cultura comum não trata este ser espiritual que somos, ao contrário, evitamos a interiorização e vivemos a exteriorização, tudo é imagem, é a aparência, é o status, o resto é miragem, ilusão.
Até Deus é tratado como imagem e semelhança a nossa forma de ser.
Deus como um Grande Espírito se revela não aos olhares exteriores, mas ao nosso interior.
Sentir a chuva, o vento, o som da natureza, perceber o tempo passar bem devagar, os nossos desejos, nossos sentimentos, alegrias, dores...eis o nosso Deus aí, o nosso Grande Espírito acolhedor.
Somos os pequenos espíritos que vivem nessa dimensão interna e externa em busca de uma eternidade.
Nem todos terão a eternidade, pois o que nos mantém vivos espiritualmente é a energia do amor.
Quando essa energia não é alimentada, ela se apaga e o espírito desaparece.
Que o eterno seja o nosso destino, que o amor não se apague nunca.
Aldeir Ferraz