domingo, 7 de novembro de 2021

COMÉRCIO

 A maior parte da minha vida passei lidando com o comércio, a eterna busca por compra e venda.

Estamos condicionados como seres humanos a consumir sempre.

A necessidade do alimento, do remédio, do lazer, de um lugar pra morar, do ir e vir nos leva para uma espécie de roda gigante que gira, gira e não sai do mesmo rumo.

Um incremento nessa coisa toda é o desejo de consumir que ultrapassa a necessidade de consumir.

Compramos mais do que precisamos, consumimos pelo desejo e não mais apenas por necessidade.

Tiro essa conclusão quando vejo um carrinho de supermercado cheio, dentro dele existe mais desejos do que necessidades, é um cheio vazio.

A lógica é essa em tudo que compramos e é dificil romper com tal situação, estamos condicionados a isso.

O mundo que construimos exige isso de nós, o desejo tem um "deusejo" que cultuamos.


Aldeir Ferraz

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

LUTO POR UM ARTISTA

 Como uma explosão de uma bomba perto de nós é a  morte de alguém querido.

A noticia do trágico e fatal  acidente com a artista cantora Marilia Medonça abalou o Brasil.

 Na fila do supermercardo e o funcionário do Caixa estava desorientado. Ele havia ido  em um show  recentente da cantora.

Uma morte assim nos leva sempre pra reflexão, não somos imortais fisicamente.

Por isso é necessário que nossa vida tenha a finalidade de deixar marcas positivas, como uma semente que se torna uma árvore, que produz sombra e frutos.

Todo artista produz algo de bom, cada artista que parte deixa a vida  árida.

Vá na paz Marilia, você levou humanidade pra muitos com sua arte.

Aldeir Ferraz

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

CELEBRAR A MEMÓRIA

 No dia 02 de novembro, celebramos Finados, neste dia recordamos todas as pessoas que já não se fazem presentes fisicamente entre nós.

Essa tradição vem se perdendo no tempo e o que resta é o feriado.

Alguns dizem que morreu acabou e é bobagem ir ao cemitério, certos lideres religiosos também promovem um discurso contrário a prática, claro que não são todos.

Celebrar quem já partiu nos leva a uma conexão com o além e também com nossas raízes, viemos do pó (terra) e a ela retornaremos.

Quanta coisa boa, quanta saudades, quantas certezas e incertezas temos neste dia, acho que nos tornamos mais humanos, mais sensiveis, largamos um pouco de ser essa pedra que insistimos ser.

Celebre a saudade, relembre parentes, amigos e pessoas que te marcaram de alguma forma.

Um lugar, um objeto, uma memória, conecte se neste momento na recordação.

Sorria, chore sozinho, olhe para o infinito, tenha a certeza que de algum lugar os espiritos que viveram entre nós estarão sintonizados e nos enviando boas energias.


Aldeir Ferraz 


quarta-feira, 27 de outubro de 2021

FANTASMA

Pudera ser eu um fantasma quando partir.

 Andar por ruas frias, nas madrugadas, sem se sequer incomodos surgir.

Nas Luas cheias ser a sombra que encobre o brilho iluminante de algum jardim.

E no jardim ser o vento que balança as flores dos canteiros, aterrorisador mistério.

Nos bancos das praças ser a vela que se encanta com os casais em tempos de paixão.

Das noites de solidão, sentir as angustias humanas, acompanhar os copos se esvaziarem um por um e as lágrimas secarem.

Não quero ser o medo da criança, quero apenas sentir em seus berços os sonos de pureza, os sonhos dos anjos.

Não andarei vestido de lençol branco, serei luz, calor e vento.

Pudera ser eu ....








domingo, 17 de outubro de 2021

RETRATOS

 Um dia nos tornaremos apenas retratos, fotografia registrada de um momento no passado.

Terá um tempo em que estaremos na parede de uma casa familiar como lembrança e numa brevidade dentro de uma caixa de sapato por cima de um guarda roupa.

Com o passar do esquecimento temporal, traças irão consumir a imagem que já não mais importa pra ninguém.

Nossa memória tem se perdido pela negligência que carregamos ao mirar todos os dias para o futuro e achar que o passado é descartável.

Admiro pessoas que tentam conservar o que nos resta de identidade, pois a identidade é como raiz que é um fator que nos alimenta da base que viemos.

Os retratos, os registros do passado que viemos tem muito a nos dizer, não é apenas algo que nossas vistas alcançam.

Vá no baú empoeirado do quarto de despejos e resgate sua história e dos antepassados, tem vida ali, tem energia boa ali.

Nunca esqueça de onde veio.

Aldeir Ferraz 






domingo, 10 de outubro de 2021

HISTÓRIA NAS RUAS

 Não! Ainda não tinha o fusca do Chico Som pelas ruas da cidade. O barulho que se ouvia era o rádio do vizinho sintonizado nos programas da emissora Rádio Cultura. Durante o dia todo a programação era ouvida, desde o amanhecer com o Adão Caroulo.

Mas na rua também tinha os barulhos que ouviamos dentro de casa. A meninada que jogava bola na rua e o barulho de pardais e andorinhas logo se confundiam.

Em um  repente pelas ruas surgiam  vozes inconfundiveis.

Os xingos do Juca Cipó, os assobios do Cabo Dico, a meninada da Escola Normal gritando: 

" Escola Normal entra burro sai animal". Claro que não era verdade o final da frase, pelo menos pra maioria.

O Juvenal matava a pau com sua propaganda estilo carioca: 

" Ao bixcoito paulixta torradinho, frexquinho..."

O biscoito de polvilho era uma delicia e todos que experimentavam queriam mais, os pais passavam aperto quando ouviam os gritos do Juvenal.

O Jose Pequeno além de engraxate, também botava uma caixa de isopor no ombro e saia pelas ruas vendendo o Picolé Sorriso.

" Olha o Picolé Sorriso!"

O Zé rodava pra todo canto e dia de jogo ia para o Campo do Nacional onde era tratado como celebridade:

' O picolé, tem picolé de quê?"

Outros na base da brincadeira a cada vez que o nosso Zé do Picolé gritava olha o Picolé, respondiam:

" Agua pura ninguém que..."

Segundo o Zé tinha muitas marcas de picolé que ele chegou a vender

O Brazinho que ficava do lado do Cine Brasil e também da Padaria do Acácio, mas era o picolé Sorriso a sensação e que dava um troquinho bom.

Aldeir Ferraz






terça-feira, 5 de outubro de 2021

O TEMPO QUE FALTA

 O tempo que falta não sabemos, mas algum dia vai chegar, essa é uma verdade máxima.

Apesar de sabermos disso, nos enrolamos com o tempo que temos.

Reclamamos de não ter tempo para tantas coisas e lamentamos a todo tempo.

Tempo, na verdade temos, todos nós temos um dia, 24 horas.

A grande questão é como utilizamos os minutos, horas, dias que temos.

Estamos aprendendo na marra a viver com a escassez de muita coisa, a comida cara, a agua cara, a gasolina cara...

Precisamos tratar o nosso tempo como algo caro e aproveitá-lo melhor.

O preço do nosso tempo não existe dinheiro que pague.

Aldeir Ferraz





Vá na Fé Mestre Dão

O caminho agora é outro! Nossa! Quanto chão ficou pra trás. Lá na roça a quantidade de dias de Sol que tomou no lombo. Os calos na mão, cres...