quarta-feira, 27 de outubro de 2021

FANTASMA

Pudera ser eu um fantasma quando partir.

 Andar por ruas frias, nas madrugadas, sem se sequer incomodos surgir.

Nas Luas cheias ser a sombra que encobre o brilho iluminante de algum jardim.

E no jardim ser o vento que balança as flores dos canteiros, aterrorisador mistério.

Nos bancos das praças ser a vela que se encanta com os casais em tempos de paixão.

Das noites de solidão, sentir as angustias humanas, acompanhar os copos se esvaziarem um por um e as lágrimas secarem.

Não quero ser o medo da criança, quero apenas sentir em seus berços os sonos de pureza, os sonhos dos anjos.

Não andarei vestido de lençol branco, serei luz, calor e vento.

Pudera ser eu ....








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