Tem uma máxima antiga no mundo do comércio que diz assim:
" O que não é visto, não é desejado."
Como o armazém Ferraz era venda de balcão, muita coisa tinha que ser feita para destacar os produtos.
Logo de manhã cedo, ao abrir as portas, colocava-se nas entradas diversos itens. Fumo de rolo, cabo de machado, bacias, guarda chuva, sacarias de milho, feijão, fubá grosso...
Existia um item que não era muito recomendado colocar, mas vez ou outra era colocado, o saco de amendoim.
Essa tarefa era feita por quem chegasse mais cedo. O Marquinho na maior parte das vezes quem fazia.
Acontece que todas as vezes que colocava o saco de amendoim, já tinha problema com os filadores.
Tinha um sujeito que era mestre em jogar alguns amendoins pra dentro da garganta, até que um dia engoliu um ovo de barata, isso gerou muita gargalhada na época. Ver o espertalhão cuspindo amendoim de barata foi um barato.
O que tirava do sério era a turma que saia da Escola Carlos Soares, que em bando atacava o amendoim.
O Marquinho de longe já falava:
" Já vem a capetada"
Tinha um tal de André que não era fácil, cresceu comendo amendoim que o Marquinho deixava na porta do armazém.
Não é atoa que falam que amendoim faz crescer.
Aldeir Ferraz