A vida é interessante. Veja, para que tenhamos ela, precisamos de realizar atividades para produzir alimentos que garantam sua sustentabilidade. Sem as proteínas necessárias a vida acaba.
Nos movemos todos os dias para isso, trabalhar para viver, certo?
Mas a vida humana não é só o real, o concreto da sobrevivência, a vida também é abstrata. Talvez seja mais abstrata do que real.
Passamos todo momento da vida com algo abstrato que nos provoca.
Amor, ódio, raiva, carinho, felicidade, tristeza.... Tudo isso está presente em todo momento que vivemos.
A busca humana é em parte a busca da sobrevivência material, lutamos contra a fome e as doenças, mas somente isso não nos satisfaz.
Nossa realização plena é a realização do abstrato.
Quem tem ódio, quer que esse ódio se espalhe até alcançar e destruir o que lhe provoca.
Quem tem amor, quer que esse amor se transforme em felicidade partilhada.
O ter não é apenas real, o ter te leva as sensações invisíveis.
O ser independe do ter, o ser é inimaginável.
O abstrato nos inquieta e toma conta da maior parte de nossas vidas.
Aldeir Ferraz