A tragédia humanitária que vivemos é muito pior que imaginamos, pois os números não conseguem apontar a triste realidade.
As mortes, o adoecimento, o desespero, a luz do fundo do túnel que não vem, tudo provoca desesperança.
O que fazer diante a este cenário, fingir que tá tudo bem? Tocar a vida até que a morte nos toque daqui? Parece ser essa opção para a maioria de nós.
Nos revelamos um povo que não tem amor a vida própria e tampouco a vida alheia, nos acostumamos a ser assim.
O que sabemos do virus desta pandemia é que ele circula entre as pessoas e que a velocidade é grande. Fora a vacina a forma oficial da ciência é o distanciamento corporal.
Mas a ciência tá errada pois ela deveria ter orientado algo mais fácil, do jeito que não modifique o nosso jeito de ser como sociedade.
Somos uma sociedade que trabalha ou explora a nossa Terra pra produzir não riqueza, mas ricos, todos nós queremos ser ricos e ter um monte de gente pra nos servir. Nosso sonho não é estar a direita ou a esquerda de Deus, queremos o lugar dele, aliás queremos é o poder dele e não ser ele.
Como achamos que a ciência tá errada e estamos sempre na busca deusiana, aceitamos tudo o que não seja a verdade existente.
Nada de parar, nada de se isolar, tenho contas pra pagar, tenho um ritmo de vida que não me condiciona a solidariedade e a empatia.
Quando os médicos e enfermeiros pararem pela exaustão e não tiver nem o porteiro nos hospitais, talvez nossa conclusão do que estamos fazendo e do tipo de povo que somos, vai ser tarde demais ou já é tarde demais.
Aldeir Ferraz